Pesquisar neste blogue

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mário Soares

Uma cerimónia diferente, um 25 de Abril triste e difícil o nosso, o de 2011, que tem o seu lugar na história, não pelo dia em si, mas pela época controversa que o mundo e o país enfrenta. Quatro discursos, um destaque, o de Mário Soares. Gostei de ouvir particularmente o discurso de Mário Soares, foi o mais assertivo. Deixem-me confessar que tenho gostado de ler muito do que escreve e da forma como tem pensado sobre determinados temas e da própria situação do país. Neste 25 de Abril de 2011, soaram 4 discursos de 3 ex-Presidentes da República e o presente, todos pronunciaram e aclamaram consensos políticos em prol do avanço do país e da vida do povo português. Hoje, admiro-me ao tomar conhecimento da posição do PSD em relação aos tão famigerados "consensos alargados" ou mesmo "união nacional" , por Aguiar Branco, negando essa possibilidade, e sublinhando que o objectivo é "maioria absoluta". Urge colocar a seguinte questão : onde está a identidade do maior partido da oposição ? quem manda proferir estas declarações dentro do PSD, de uma pessoa que há muito anda perdido no partido, concorreu para perder, votou a favor da moção de censura do bloco de esquerda e agora quando, as sondagens já colocam o PS no pelotão da frente, vem pedir aos portugueses maioria absoluta, como se os portugueses fossem uns "bananas" ? Após as comemorações do 25 de Abril, da particularidade de cada discurso, das opiniões juntas e subscritas de várias personalidade do nosso país nas variadas áreas, da imposição por quem nos empresta dinheiro de um entendimento imediato, ouvir estas declarações, em representação do PSD, é de quem vive noutro país, e está cá de férias.
Termino citando as últimas palavras do discurso de Mário Soares : "O Povo Português é excepcional, como sempre tem demonstrado ao longo de quase nove séculos de história. Tem hoje elites como nunca teve no passado: cientificas, intelectuais, artísticas, culturais, universitárias e até desportivas. E milhares e milhares de licenciados e de jovens que passaram pelas nossas excelentes Universidade e têm hoje uma educação superior. Com recursos humanos deste nível, um Estado, para mais com a nossa história gloriosa, pode ter dificuldades sérias mas vai sempre ultrapassá-las. Tenhamos pois confiança no nosso futuro colectivo – não nos deixemos cair em pessimismos doentios – até porque seremos todos nós que teremos de o construir".