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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

20 Cêntimos pelo Gelo e Limão

    




   Por vezes, há coisas na vida do quotidiano que mais parecem um filme, mas, quando verificamos e tentamos apurar a verdade dessa coisa, percebemos que não se trata de um filme, trata-se de uma pura realidade.
   Desta vez, vou partilhar uma situação que pode acontecer a qualquer um, e, espero que amanhã, se acontecer, se divirtam com quem vos tentou impingir algo do género, como eu fiz.
   Isto passa-se num café. Entramos quatro pessoas no local. O empregado, dirige-se até nós, com tanta vontade de atender-nos como aqueles que recebem o Rendimento de Inserção Social têm  em trabalhar, pergunta o que pretendemos, e, ao qual eu respondo-lhe: "Faz Favor, para mim era uma Coca Cola, com um copo com bastante gelo e Limão, e uma nata". Os restantes e estimados meus colegas fazem o seu pedido, com a delicadeza que os caracteriza, e, após isso, o empregado retira-se.
   Entretanto, chegam os pedidos, e, ao colocar sobre a mesa, diz-me sua excelência, ao dirigir-se para mim: "Olhe que o o gelo e limão custam 20 cêntimos", ao qual eu respondo, com todo o respeito, não o sabendo fazer de outra forma: "Ai custam 20 cêntimos ? Então faça o favor de levar para trás o copo com o gelo e o limão, e, aproveite e leve o prato que suporta a nata, porque a este ritmo, ainda taxam o pratinho no qual vem a nata". O empregado disse-me que não taxavam o pratinho onde vinha a nata e então esse ficou, mas a quem pedir um chá com duas chávenas, taxam 50 cêntimos pela chávena. 
   Este café devia ter escrito a letras grandes à entrada: "Tratamos mal os clientes, mas se já cá tiver dentro, não podemos fazer nada". Tem o nome de "Pérola Jovem", no Porto, e, quando alguém lá entrar dentro, tem de ter cuidado, porque tudo é taxado, e, quase de certeza, que muita coisa é inventada, porque os preços devem vir tabelados, caso contrário, ninguém deve pagar, e, se obrigarem, chama-se a polícia, que eles gostam, e, aproveitamos e convidamos a ASAE, que, se correr bem, até fecham o estabelecimento.
   Porque razão, o cliente, que é quem sustenta o negócio destas gentes, não é tratado com respeito e com consideração ? Porque razão, na restauração, em pleno século XXI, ainda tentam burlar ou enganar o cliente ? Porque razão, na restauração, encontramos demasiados empregados sem profissionalismo e sem saber tratar o cliente, sem ter simpatia para com que lhes paga ?
   Acho que deve haver aposta nos cursos profissionais, inclusive de servir à mesa, e acho que o Ministro Nuno Crato está a fazer um bom trabalho nesse campo, para haver a percepção definitiva nas pessoas que exploram estes estabelecimentos, de que o tratamento e abordagem ao cliente representam cerca de 80% da satisfação do cliente.