Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 13 de março de 2013

Chávez



Hugo Chávez (1999 - 2013)



    Porque razão 37,9% da população venezuelana vive abaixo do limiar da pobreza? 
   Falar de Hugo Chávez é, indiscutivelmente, pensar num ditador, que legitimamente - porque ganhou as eleições - acreditou nas suas convicções políticas de um socialismo radical, entre elas, o exemplo do investimento de 400 mil milhões nas zonas pobres do país, mal gerido e distribuído, porque ajudar um pobre não é apenas imprimir dinheiro e abandoná-lo, dinheiro suportado pelo petróleo, maior fonte de riqueza do país, que corresponde a 90% das suas exportações. A Venezuela é um país onde o poder está completamente centralizado, onde tudo está nacionalizado e os meios de comunicação controlados pelo poder, e, os juízes nomeados, por exemplo, para o Supremo Tribunal de Justiça eram seus aliados, e, caso contrariassem suas ideias ou ideais, da mesma forma como entraram rapidamente saiam. Numa entrevista que deu a Mário Soares, em 2008, que vale a pena ouvir, Chávez explica a forma como tencionava tornar a América do Sul e América Latina num estilo "Europa" (era o seu projecto, seu sonho de integração), e vinha trabalhando nesse sentido, sendo que, por exemplo, chegava a fornecer petróleo a preço baixo aos designados "amigos da Venezuela" do Sul da América (sendo este um marco da sua forma de fazer política), e estes, maioria das vezes, mesmo não conseguindo suportar esses preços baixos, pagavam em espécie. Não tenho a certeza qual era o país em concreto - penso talvez seria Argentina ou o Chile - que em troca de petróleo, fornecia à Venezuela tractores agrícolas com ar condicionado, e isto era uma prática assumida pelo país, que em Portugal, temos o exemplo dos computadores "Magalhães", em que, por Portugal ser um "amigo da Venezuela", havia luz verde para dar dinheiro a Portugal, e o "Magalhães" e os "Estaleiros de Viana" foram um bom exemplo da política de Chávez. Tudo isto, claramente, tinha sempre intenções e tensões políticas, e assumidas pelo regime, sendo os E.U.A. o principal inimigo e a aliança estratégica que pretendia construir entres países do sul da América Latina tinha em plano fortalecer o combate ao seu maior inimigo. 
   Na minha opinião, penso que esta forma de fazer política está condenada ao fracasso, porque é uma forma de fazer política momentânea, sem prevenção, porque quando, por exemplo, ajudamos um país com petróleo, e ele nos oferece tractores com ar condicionado, é preciso, primeiramente perceber se é disso que necessitamos, em segundo se temos condições como país para utilizar esses tractores com ar condicionado e se existe uma verdadeira política agrícola onde integrar essas novas máquinas. 
   Agora, custa-me elogiar um regime ditador, e ver pessoas aplaudir tal forma de fazer política.
 Eu jamais aplaudo, mas respeito e acho que Portugal deve agradecer, porque na verdade, e, independentemente de discordar ou concordar-se com as políticas, ajudou o país.