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quinta-feira, 28 de março de 2013

Sócrates, o filósofo







   Foi na RTP1 que tivemos oportunidade de ver um novo José Sócrates, o filósofo. O ar pensativo e a forma como enfatizou as palavras e as qualificou no tempo, como por exemplo, na entrevista quando refere "é preciso dar lugar ao silêncio", ilustram que, a "filosofia" que em outrora o seu governo pôs na gaveta, tornando-a disciplina não obrigatória nas escolas secundárias, é agora utilizada nos comentários políticos sobre actualidade, na RTP. 
   Socrates regressou como o verdadeiro sofista, onde pretende fazer da RTP um canal das suas aparições públicas para atrair e convencer um povo, que, infelizmente, por vezes, tem memória curta e esquece o primeiro-ministro que conduziu Portugal ao desastre, para agora lembrar o novo filósofo, não o grego (que esse procurava o saber), mas o português, que emigrou para a França durante um ano e agora procura saber a razão de o país estar na situação em que está, procura perceber a razão de tudo isto, a essência das coisas, os porquês e a importância da sua pessoa no Governo de Portugal antes de ser filósofo.
   Ainda é o começo, as obras são inexistentes, mas os discípulos são como os pardais, andam à solta e em bando, desde do Santos Silva ao Silva Pereira, e o António Costa, que inteligentemente, disse à opinião pública que achava mal o filosofo vir para comentador na RTP, mas na verdade António Costa só pode estar feliz e contente, e mente quando diz o contrário, porque se hoje está onde está é graças ao filósofo, e, se chegar mais longe, o papel de Sócrates será decisivo, porque é o líder da escola socrática, escola a quem António Costa deve tudo o que é hoje como político.
   Mas urge questionar: quem inteligentemente trouxe o filosofo?
   Miguel Relvas fez, talvez, a melhor jogada política desde que está no Governo, porque, com a vinda do filósofo, consegue o ataque a Cavaco Silva e toda a ala de oposição interna do PSD ao Governo e consegue embaraçar Seguro e todos os Zorrinhos que são oposição interna à escola socrática, embora, para segurar a opinião pública, tenham de sorrir para as càmaras e fingir que se adoram uns aos outros, como o Romeu adorava a sua Julieta.