Tudo foi diferente ou tudo ficou igual?
No princípio, e se as vitórias ou derrotas se fizessem e contabilizassem pelo número de cartazes e outdoors que encheram as cidades, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas se contabilizassem pelos apoios monetários a este ou aquele candidato ou pelo número de figuras públicas que apoiassem esta ou aquela candidatura, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas dependessem do número de sms enviadas para os militantes ou simples anónimos, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas dependessem do aparecimento de candidatos "comprados" por outros candidatos, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas dependessem da escolha de x ou y pelo partido político, tudo podia ser diferente. Mas afinal o que foi diferente?
Simples: porque quem decide são as pessoas. E há uma de duas coisas a fazer: ou ignorar as péssimas escolhas de candidatos feitas pelos partidos políticos, ou seja, ignorar o óbvio, ou, aprender com os erros e perceber que tanto PS como PSD fizeram péssimas escolhas de candidatos às autárquicas, sendo que o PSD foi, talvez, aquele que mais escolhas desconexas e infelizes provocou, tendo merecido tal resultado, essencialmente e visível no Porto, onde escolheu um candidato que, desprezou as pessoas, e, pensou que a vitória era um dado adquirido, o que revelou ser uma tragédia no final. O que isto nos revela? Que os partidos políticos estão inundados de gente pouco credível, aparelhística, e redundante e avessa à mudança, mas que, terá de a fazer, seja a bem ou a mal, porque a realidade vai obrigar ao paradigma.
A mudança ou é feita a curto prazo, ou, os partidos correm o risco de deixarem de ter um peso político como sempre tiverem nas eleições autárquicas, e, deixarem espaço para o surgimento de alternativas ao fracasso das suas escolhas, como são exemplo as candidaturas independentes.
No fim, penso que são cada vez mais os sítios onde ganham as pessoas, os cidadãos e só espero que no futuro continue a crescer o número de pessoas que vota na pessoa e não no partido x, y ou c. Dou o exemplo do Porto, onde maior parte das pessoas do PSD (maioria) não votou Menezes, o candidato apresentado pelo partido. E aqui , respeito mas discordo de Marcelo Rebelo de Sousa, não achando que quem não apoie o candidato deva ser excluído do partido.