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sábado, 26 de abril de 2014

40 anos de Liberdade: somos livres ou ocultos no meio da liberdade ?

  






   Uma das grandes questões dos dias de hoje: mudar ou manter em prol da liberdade? Somos livres ou ocultos no meio da liberdade?
   Hoje, olhar para Portugal passados estes 40 anos depois do 25 de Abril de 1974, é olhar para um país sob dois tempos: o tempo com Europa e o tempo sem a Europa. Mas, há outra coisa que se deve questionar, com ou sem a Europa: onde está a liderança? Onde está a liderança? E quanto á dívida, já antes da República e depois desta a dívida foi negociada, e, será que agora vamos conseguir pagar em tão curto espaço de tempo ou vamos enganar uns aos outros?
   Olhar para o meu país neste momento assusta-me por um lado e motiva-me por outro. Assusta-me essencialmente ver que há um diferença tremenda e aterrorizadora entre aqueles que decidem e os que sofrem com os efeitos de tais decisões, porque há um forte desconhecimento da realidade e isso é perigoso, porque há uma coisa que não podemos esconder: a margem de erro para errar é cada vez menor. Assusta-me perceber que depois de 40 anos do 25 de Abril e de 28 anos da adesão á União Europeia existem pessoas que têm de abandonar o ensino com 15 anos, porque têm que ir trabalhar para conseguir sobreviverem; ver pessoas que não vão a um especialista porque não têm dinheiro; ver idosos cada vez em condições piores, muitos com reformas que não chegam para pagar seus medicamentos; ver pessoas que sofrem com as reformas mal explicadas e informadas, como ainda há uns dias em que alguém chamou uma ambulância e ela em vez de ir ter à rua da pessoa em estado crítico foi ter a outra rua e foi o tempo da pessoa poder sobreviver ou não; ver uma justiça cada vez mais ineficaz e que não consegue ser equilibrada e talvez represente um dos sectores que mais empobreceu nestes tempos, precisando mesmo de uma reforma dos pés à cabeça; ver e saber que há coisas que jamais mudarão em democracia e que só acontecerão com uma mudança de regime.
   Motiva-me ser português, viver "ainda" num país livre, mas espera: serei livre ou um oculto no meio da liberdade?