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domingo, 6 de abril de 2014

"Vou acabar com os Sem Abrigo"

   






   Ele está entre nós e nem demos por ela, ou então, foi o tempo que não deixava apreciar as suas ideias, devido à nebulosidade que se fazia sentir.
   António José Seguro, num ápice, e sem meias palavras diz-nos: "Se eu for eleito, vou acabar com os sem-abrigo". Bem, esta se não fosse de um líder de um partido como o partido socialista, que merece respeito pelo seu passado, daria para uma crónica de sátira. Mas seria pela intenção ? Ou pela forma como o quer fazer? É que a forma seria através dos fundos comunitários. Isto não faz lembrar nada? É importante as pessoas olharem para pessoas como António José Seguro e perceber o vazio de ideias, e, assusta-me quando alguém propõe acabar com algo e dar como solução o dinheiro de Bruxelas. Onde é que já ouvimos isto? Em que tempo? Será que vem aí mais uma gestão fantástica de fundos comunitários? E isto resolveria o problema dos sem abrigo ?
   Se esse fosse o problema, de certeza que o fenómeno dos sem abrigo já não existia, e se conhecesse o fenómeno não dizia tanta asneira como disse à comunicação social. Se for ao terreno onde estão os sem abrigo perceberá que este fenómeno não se resolve apenas com dinheiro. No Porto, há sem abrigos que estão na rua, porque, por exemplo, não querem cumprir horários ou porque são forçados pela droga (esquemas em que estão envolvidos) a estar presente nessas mesmas ruas. O caminho de resolução do problema passa sempre, em primeiro lugar pelo contacto com instituições e associações, as chamadas IPSS que já conhecem o fenómeno e estão no terreno a tentar resolvê-lo e apoiá-las. Não passa certamente por mandar "bitaites" e dizer "disparates" como disse António José Seguro, que até mete pena só de ouvir, são uma falta de respeito para estas pessoas que vivem na rua e o empurra cada vez para um fim de ciclo, que chegará sem ele contar, porque é um homem sem ideias para o país e que desconhece por completo as realidades de que fala, e, mais grave, propõe ideias que são consequência desse desconhecimento, ou seja, fracas e graves.