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sábado, 9 de agosto de 2014

BES - Parte V





Bernard Madoff



   O que têm em comum Ricardo Salgado e Bernard Madoff? O esquema Ponzi (pagar a A à custa do dinheiro do B e C que chegaram recentemente e assim sucessivamente) e a crise financeira (perdurará sempre a questão: se não tivesse havido crise financeira alguma vez seriam estes esquemas descobertos?). Foi este esquema criminoso que teve como resultado perdas de 3 mil milhões, e que foi descoberto no dia em que o dinheiro não chegou e quem não recebeu reivindicou e a pirâmide começou a desfazer-se, sendo que um dos recentes investidores (Banco Japonês) que entraram na pirâmide levaram com a "explosão" do esquema. O que os distingue? O sistema judicial dos seus países. Bernard Madoff esteve por detrás da maior fraude da história de Wall Street, que ascendeu a 65 biliões de dólares. Uma das primeiras medidas a tomar foi o arresto dos seus bens e foi preso imediatamente, tendo ficado em prisão preventiva e sido posteriormente (em 2009) condenado a 150 anos de prisão. Ricardo Salgado pagou caução e mantém-se em liberdade. Se irá ou não haver arresto não sabemos, mas foi noticiado que nem ele nem a sua mulher têm bens próprios. Surpresa? Não sei aonde, não estivéssemos nós em Portugal, onde a maioria do capital está no exterior, não declarado no país. Mas, de qualquer das formas, existem mecanismos jurídicos eficazes no combate a uma hipotética "fuga de bens", e meios que podem ser usados pelo tribunal a qualquer momento e que me surpreendem se já não foram utilizados, porque uma das medidas a utilizar nesses casos deve ser o congelamento de contas e arresto de bens. O que isto nos revela é que o "exemplo" pode ser pura ficção, porque os melhores exemplos, e aqui ficou provado, não estavam no topo, mas talvez naquelas pessoas que agora irão despedir, e que nenhuma culpa têm no estado ao que o BES chegou no momento.