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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Auschwitz: a memória




Prisioneiros de Auschwitz na "Marcha da Morte" em direcção ao crematório
Auschwitz, 20 de Maio 1940 a 27 de Janeiro de 1945.




   "Mais uma menos uma, não importa". Este é o testemunho de quem trabalhava às ordens do regime nazi em Auschwitz , e perante a confrontação de uma pessoa que estava alia para morrer, que diz: "Você ontem quase me matou", responde com indiferença, porque mais uma menos uma, ali era mesmo irrelevante, chocante tal indigência humana. Nos testemunhos dos já poucos sobreviventes vivos, uma das coisas que mais me impressionou, por ter sido até descrita com quase mais emoção que o testemunho, foi a palavra "memória" e "esquecimento", pedindo que jamais se esqueça o que se ali passou. E, porque é incrível, saber e conhecer a maior atrocidade da história da humanidade, e, ao mesmo tempo, assistir à ascensão da ideologia nazi (sendo discutível se tal sequer possa ser considerado ideologia) em certos países, como no caso da Grécia, onde recentemente nas eleições legislativas gregas, foram a terceira força política, elegendo 17 deputados para o parlamento nacional, estando o seu líder preso, bem como líder parlamentar e mais 12 elementos, acusados de homicídio; atentado à bomba; lavagem de dinheiro; extorsão; participação em tráfico de seres humanos; contrabando e agressões físicas. As pessoas que votaram e votam neste denominado "partido" não podem ter memória, ou se a têm, não se apercebem das suas falhas. Estes senhores que foram detidos andavam "assaltar" o seu próprio povo e assassinar ao "desbarato" os mais fracos e aqueles que entendiam não ser gregos e mereciam ser expulsos do país (foi assim começou Hitler a explicar o "despejo" dos judeus), sendo que ultimamente, a célula criminosa, já recebia dinheiro em troca de protecção de certas pessoas, onde a função incluía, se fosse necessário, dissipar pessoas. Urge voltar a questionar: como é que alguém vota num partido que descreve Hitler como "uma grande personalidade e fez o que deveria ter feito". 
   Tenho dúvidas que o povo grego tenha toda a informação sobre a Aurora Dourada, e, que possa haver uma parte da população que acredita que esta forma de agir e pensar possa assolar novamente um território, seja ele a Grécia ou qualquer outro, porque ainda temos memória. Talvez fosse o momento de respeitar a história e impedir que estas forças possam ser consideradas sequer legítimas para ir a umas eleições, porque o direito dos direitos será sempre, mas sempre, e em primeiro lugar, o direito da dignidade humana. E é obedecendo a essa máxima, que no antigo campo de extermínio de Treblinka, está escrito em várias línguas "Nunca mais".