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domingo, 22 de dezembro de 2019

Canção de Embalar de Auschwitz






Cada vez que leio mais sobre Auschwitz mais incrédulo fico com as atrocidades de todos aqueles que faziam parte do regime. Custa acreditar. Concluída a leitura de "Canção de embalar de Auschwitz", fica a ideia de que, mesmo no escuro e na imensidão da incerteza sobre um futuro inexistente, é possível oferecer resistência à falta de humanidade do outro. Helene Hannemann, enfermeira e ariana alemã, que teve 5 filhos com um cigano, foi enviada em 1943 para Auschwitz com a família. Uma distinta e admirável mulher que conseguiu criar esperança no pior sítio do mundo, ou seja, criar uma creche no meio do terror e da morte anunciada, e nunca deixou de lutar pelo direito das crianças: das suas e dos outros. Mas as atrocidades de Mengele (médico e oficial do regime nazi em Auschwitz) são algo impossível de deixar indiferente qualquer comum dos mortais (duvido da sanidade mental) . A descrição de algumas das suas experiências são inacreditáveis, a própria forma como abria pessoas e as cozia em carne viva incomoda os olhos de um leitor normal. Faz doer a alma pensar no sofrimento provocado de livre arbítrio. Helene quando o regime começou a perder poder viu as crianças da creche ficaram sem comida, começaram a escassear os recursos e fez tudo o que podia e não podia para inverter a situação. E perante isso, propuseram que ficasse livre, mas sem filhos e marido, por serem ciganos. A mesma nunca abdicou sua luta: não os abandonarei. Morreram todos nas câmaras de gás. Incrível o que esta mulher fez para humanizar ou evidenciar (por mínima que fosse) a possibilidade de existência de humanidade em pessoas do regime nazi, em prol de um bem comum e superior: as crianças.