Após a surpreendente rejeição da lista portuguesa candidata à representação de Portugal no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem pelo Conselho da Europa, pelo grave motivo invocado :" falta de qualidade", surge a eleição de Portugal para membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. Felizmente, e com toda a justiça, uma das mais-valias (talvez das únicas, numa modéstia exacerbada) deste Governo português reside na pasta dos negócios estrangeiros, que no cômputo geral tem efectuado um bom trabalho na representação de Portugal no exterior. Esta eleição seria impossível sem contribuição empenhada e efectiva dos países lusófonos, nomeadamente Brasil e países Africanos, que tanta estima e consideração guardam do nosso país, nunca esquecem o passado, que nunca deixa de ser recente, embora cada vez mais temporal. Esperar pela Europa unida seria esperar por uma derrota, porque cerca de 30% dos países Europeus não votaram nos dois candidatos europeus, inclinando o seu voto para Canadá. Neste domínio, subscrevo Dr. Freitas do Amaral quando refere que uma das razões, para além das demais é "o facto de Portugal ser um país pequeno, não tem capacidade para comprar votos, tem um papel de mediador pacífico nas suas posições conhecidas internacionalmente e não pode ser desonesto no plano internacional, porque não tem poder para o fazer, ao contrário da Alemanha e do Canadá".