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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Encontro com Ivo, criança da qual fiquei responsável em torno do projecto "Porto de Futuro"

Alegria, simplicidade, respeito, carinho, consideração e sentimento de dever cumprido no encontro com Ivo, a criança pela qual fiquei responsável em torno do projecto "Porto de Futuro", levado a cabo pela Câmara Municipal do Porto, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa. Numa deslocação que tive de realizar, em virtude de um trabalho para a Universidade, imaginava encontrar diversas pessoas, mas não equacionei a hipótese de encontrar Ivo, o rapaz que mudou de vida e de atitude. Ivo era uma criança sinalizada, com problemas escolares e familiares, não possuía conhecimentos básicos para acompanhar uma aula de disciplina aleatória, tinha défices de concentração, não tinha métodos de estudo, os pais não tinham possibilidades económicas para colocar Ivo em explicações nem, em diversos casos, para lhe oferecer o básico em termos alimentares (para além de serem um mau exemplo para o filho). Lembrar este caso problemático, é lembrar um percurso que realizei com esta criança. Não me esqueço da 1º conversa que tive com Ivo, na qual lhe fiz um pequeno discurso de 15 minutos, depois de estudar o seu caso, e no final da conversa lhe disse o seguinte : " Se concordas dá-me um aperto de mão e vamos lá ser os melhores ". Por incrível que possa parecer, a 1 coisa que tive de exigir e ensinar a esta criança foi os "bons costumes", "o bons modos", em suma a "boa educação", sem a qual não sei viver, e posso afirmar que é um dos graves problemas com a nossa sociedade se depara a curto prazo. Engraçado o relato que passo a descrever, dois meses passados com esta criança, e desloquei-me à escola onde Ivo estudava, para meu espanto que aparecem crianças a pedirem-me para as ajudar, de forma tão genuína e pura, sem tão pouco me conhecerem, apenas do que ouviam Ivo contar. Por vezes, torna-se difícil, embora o tenha afirmado, termos o sentimento total de dever cumprido, porque, quando voltamos a encontrar estas crianças, percebemos que o problema económico familiar agravou-se e quem sofre ? As crianças, sendo os mais frágeis, juntamente com os idosos, desta nossa sociedade.