Inadmissível é a palavra para descrever a forma como Dr. Silvestre Alves, advogado da Guiné-Bissau e líder do Movimento para a Democracia na Guiné (MDV), foi violentamente espancado por um grupo de militares daquele país, que prometeram levá-lo para as instalações do Estado maior das forças armadas, mas na verdade levaram-no para uma mata e torturaram-o, na sequência de declarações feitas sobre a situação actual do país.
A Ordem dos Advogados Portugueses já protestou publicamente tal acto, e pediu ao governo português para, perante este atentado aos direitos humanos, providencie a rápida transferência do advogado e dirigente político para Portugal, para poder ser tratado com respeito pela sua dignidade, porque está em perigo de vida. Não podia estar mais de acordo com o protesto da Ordem dos Advogados.
A Guiné-Bissau é um problema que as Nações Unidas ainda não conseguiu resolver, e, a guerra civil, as tentativas de golpe de estado e a instabilidade política continuam a dificultar a transição para um regime democrático.
Recentemente, em 2006, foi criada uma Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas, criada e presidida pelo Brasil, que tem como objectivos principais a reconstrução, reforço das instituições e promoção do desenvolvimento sustentável em países em situação de pós-conflito. Poderá ser um bom meio de mediação e promoção da paz na Guiné, que parece ser um caso de difícil solução. Acho que a promoção deve ser feita num sentido duradouro, porque reconstruir de forma temporária já vimos que não resolve os problemas, mas agrava-os, mesmo que demore tempo.
Em 2005, diante das discricionariedades da guerra contra o terror, o Secretário Geral das Nações Unidas, falou e escreveu, de forma assertiva, e simples : "“In larger freedom – towards security, development and human rights for all”, que originou a Comissão de paz e poderia ter criado muitas outras comissões e ideias, mas o que fica é que só teremos paz quando tivermos liberdade e soubermos respeitar a liberdade do outro.