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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Moçambique: Renamo, Frelimo ou Sociedade Civil ?

  





     A noite já ia longa, e, na companhia de amigos, entre vários temas, surge aquele que mais debate gerou, porque interessava directamente a muito dos presentes: "que futuro terás tu moçambique"?
    Olhar para Moçambique é olhar para um país que cresceu nos últimos anos e, que é governado pelo comunismo desde de 1975, do tempo de Samora Machel, e que actualmente, com Presidente Guebuza no poder, atravessa tempos de nebulosidade.
   Esta nova presidência de Armando Guebuza está a tentar mudar o rumo do país, e, voltar ao estilo "mão de ferro" que absorveu Moçambique durante anos, inclusive de Guerra Civil. Seria deitar todo o trabalho feito até hoje fora se os indícios de "poder absoluto" aumentarem e, se continuarmos a ver a instrumentalização do poder a crescer e a voltar a dividir o que é "Frelimo" do que é "tudo o resto" poderá ser um sinal de viragem de rumo, voltando aos tempos tradicionais. Por outro lado, desta vez será mais difícil, devido à instalação de capital estrangeiro no país, que fará outra espécie de combate a esse crescimento radical, e será um apoio da sociedade civil, que, entre outras coisas, já se junta para impedir essa viragem, pouco apetecida pelo povo, que tem receio de voltar a ter de estar nas ruas. 
    Na verdade, não podemos ocultar os indícios. Ainda ontem, foi aprovada uma nova lei moçambicana que atribui aos Chefes de Estado e deputados do país novas regalias, como por exemplo, um subsídio de reintegração social durante a reforma e ajudas de custo;  a isenção de direitos aduaneiros; bem como o direito de uma viagem em primeira classe de férias anual aos antigos Chefes de Estado e aos seus familiares. Perante estes indícios, custa olhar para o lado e não admitir que o rumo podia e devia ser outro. Mas a Renamo para sobreviver como oposição, o seu líder tem viver na "mata" isolado, senão desaparecerá do mapa como aconteceu com o seu antecessor, mas também não apresentam solução, e, a Frelimo tem o poder absoluto, está a aumentá-lo e o caminho parece ser o que vemos em leis como a que foi criada ontem, de usar o Estado para aumentar seu poder. Será que a solução está na sociedade civil? Uma questão para a qual ainda não existe resposta, mas que pode ser uma solução, porque cada vez mais Moçambique tem recursos qualificados (muitos que vieram formar-se na Europa) e podem ser aproveitados nessa mudança de rumo. Verifica-se isso em Angola, onde inclusive, tenho um amigo que se formou nem Portugal, na Universidade Católica, e voltou para o seu país, e faz parte de um conjunto de pessoas que tencionam contribuir para a mudança. Ainda me lembro o que me disse um dia: "tenho que voltar para ajudar a refazer o meu país". E isso está acontecer. Pode ser uma das chaves de moçambique, aproveitar seus recursos humanos, mas quem tem conseguir ver isso será o povo.