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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Voto de Louvor








   Na vida, a morte talvez seja uma das coisas mais extraordinárias que está por detrás da construção ou mesmo "mão" humana, para um católico "mão" de Deus. Mas, o ser humano consegue ter tanto do bom como do pior, e isso leva a que a gente saía à rua e tenha que levar com cada "ave rara" no dia-a-dia. 
   O caso que se passou com advogada e colega Natália de Sousa de Estremoz, que foi espancada pelo marido de uma mulher que tinha pedido ajuda para iniciar um processo de divórcio, representa o lado "negro" de quem veste a capa de ser humano, mas que, na verdade, disso só tem o seu sentido formal. Quantos de nós não tem ou já tiveram casos de divórcio em mãos? Quantos já não tiveram "medo" por situações similares, em que, quando um casal chega a uma fase de divórcio e representamos uma das partes, a outra tenta sempre colocar o "advogado" no mesmo saco que o conjugue adversário. São casos em que, diversas vezes, as pessoas chegam ao seu limite já num estado emocional desastroso e o advogado serve como "bode expiatório", mas nada justifica nem nunca justificará actos como estes de quem estava apenas a exercer dignamente o seu trabalho, a sua profissão. Considero Portugal um país ainda de penas leves para casos como o homicídio, em que está provado que a tal "pena justa" pode nunca chegar a existir e uma das finalidades da pena é a protecção de bens jurídicos como o direito à vida. Com isto não quero dizer que defendo uma lei de talião, mas tem haver uma aproximação no sentido uma maior e eficaz justiça, e voltar a fazer-se uma real reflexão sobre o sentido da ressocialização do agente, sendo essa outra das finalidades da pena: voltar a reintegrar a vítima na sociedade.
    Cumpria apenas o dever de qualquer advogado: "defender o cidadão" e deixou da pior forma de o poder deixar de fazer. Esperemos que, palavras como a da Ministra da Justiça sirvam para traçar um caminho diferente, no sentido de uma maior protecção das pessoas, de quem quer exercer apenas dignamente a sua profissão, como o caso de quem está na advocacia.


Palavras da Ministra da Justiça: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ministra-garante-justica-no-caso-da-advogada-morta-em-estremoz-1634951