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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pai do Povo - Parte II








   Com 4.800 euros não se governa em Lisboa? Será uma injustiça um deputado ganhar 4.800 euros? Acha mesmo que o salário dos deputados nacionais deviam ser objecto de discussão (por ganharem pouco) quando há gente no país a passar fome? Já não se lembra de quando estava em Portugal e criticava os deputados e políticos de ganharam muito e não fazerem nada? Mas será coerente justificar o aumento do salário dos deputados nacionais em comparação com o salário dos eurodeputados, quando considera, ao mesmo tempo, estes salários dos eurodeputados obscenos? Onde está a coerência? É indigno um deputado receber 4.800 euros e não será indigno haver pessoas no país a receber 300 euros por mês, sendo que algumas subsistem (exemplo da agricultura) com 100 e poucos euros por mês? Não será indigno antes alguém receber 18 mil euros por mês, criticar diariamente esse salário e a própria Europa, querer vir a Portugal ver se arranja um "tachinho" no parlamento nacional e afirmar que se perder vai de volta para Bruxelas? O que pensaram aqueles que votaram "Marinho e Pinto" depois de ouvirem este discurso e assistirem ao cair da máscara? Não será que, no mínimo, mereciam um pedido de desculpas?
    Bem, este último "cd" dos salários não correu muito bem, foi daqueles deslizes que pode acabar com um "estado de graça". Mas vamos com calma que se calhar esta do salário tinha "água no bico". O próprio afirma que quer vir para o parlamento nacional, e surge a questão: não será que a vontade em discutir e aumentar os salários dos deputados nacionais seja já a pensar na sua vinda de Bruxelas? Ou será coincidência só agora levantar esta questão? Nada nesta forma de fazer política usada por Marinho e Pinto é mera coincidência.
   Claramente, Marinho e Pinto vive à margem da realidade do país, e a emoção e ambição do poder fez-lhe tropeçar e cair pelas escadas abaixo, e, se continuar assim talvez não consiga chegar sequer ser intitulado de "Pai do Povo" (porque Estaline não tinha destes deslizes quando chegou ao poder soviético), porque com este tipo de discurso e comportamento rapidamente será aniquilado politicamente, mas na verdade, este é que é o verdadeiro Marinho e Pinto, que sem querer, desta vez falou sem máscara. Disse em entrevista à Rádio Renascença (Ver abaixo no link1) que queria "combater o medo", quando medo têm de ter os portugueses se alguma vez Marinho e Pinto chegar a algum lado na política nacional.
   Talvez alguém lhe diga um dia que obsceno, neste momento, era aumentar os ordenados dos políticos, quando se cortam nas classes mais baixas da sociedade, que muitas, já vivem abaixo do limiar da pobreza, e, mais obsceno ainda é saber que o "Pai do Povo" pode um dia voltar, como aconteceu na União Soviética, mas a descoberta está acontecer e a máscara já está a ficar gasta, sendo que, a qualquer momento, pode mesmo desaparecer, e aí, será um alívio para o país e para os portugueses.


Link1: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=162222