Como é possível não haver, sequer, uma palavra para estas gentes? Será que a degradação da imagem do banco, com estas sucessivas manifestações e ataques plenamente justificados ao banco não são suficientes para o estudo de uma solução?
Serão processos que irão durar anos a resolver nos tribunais, mas independentemente da medida de resolução do Banco de Portugal tomada no dia 3 de Agosto de 2014 estar ou não de acordo com a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia (onde existem sentenças contrárias ao procedimento adoptado pelo Bdp na resolução deste caso BES), acho que já devia ter havido uma palavra para estas gentes, a bem de Portugal e da imagem do Novo Banco. E, haver entre os lesados, pessoas emigrantes (como já foi provado), que não sabiam ler nem escrever, algumas agora que passam mal, sem quase dinheiro para comer, quando tinham, por exemplo, 500 mil euros no banco de poupanças, e não fazer-se nada ou não haver uma palavra chega a ser muito mau para quem assiste, aqui os portugueses, familiares, amigos e advogados das vítimas.
Acho que aqui o próprio Estado, uma vez que também emprestou dinheiro ao Novo Banco (juntamente com os restantes bancos), devia ter uma palavra para estas pessoas, porque a falta de solução para esta questão só vai atrasar o problema, e, para além de jamais fazer os lesados desistir, só piora a imagem do Novo Banco, que vive de ter ou não clientes, e, à medida que o tempo passa, os clientes são cada vez menos, e esta postura de todos os envolvidos, principalmente o Bdp, não favorece a credibilidade e confiança no banco.
Depois de mais um dia que passou, quem quer ser cliente do Novo Banco? Poucos ou duvido que alguns, e amanhã, ainda serão menos, porque ainda pouco ou nada foi esclarecido, apenas há a certeza de que muitas pessoas foram roubadas e enganadas pelo BES, sendo que há casos em que nada foi dito nem dada ordem de compra de papel comercial e o dinheiro foi retirado sem consentimento do titular da conta (caso que vi em mãos), foi furtado, o que é crime e, aqui os tribunais terão de aplicar as leis. Restava era que os envolvidos esclarecessem melhor esta questão, e não ter de se esperar pelas decisões judiciais, pois, em alguns casos, terão de ser quase que obrigatoriamente demolidoras, censurando determinados comportamentos do Banco e seus agentes, que por serem tão evidentes, não poderão ter outro desfecho.