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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

(Des)Entendimentos Políticos

   





   O papel do Presidente da República Cavaco Silva em todo este processo pós-eleitoral ainda ninguém entendeu e os sucessivos desentendimentos são, em parte, fruto da sua falta de acção política. Começou muito mal ao não receber todos os partidos, e, agora, ao que se sabe, vai acabar mal ao receber e indigitar o Primeiro-Ministro, não por não ter legitimidade, mas sim porque isso deveria ter sido feito numa fase inicial. Esta ronda de negociações (diga-se tempo exagerado) e este hiato temporal do Presidente da República foi estratégico ? Tenha sido ou não estratégico, e se foi na procura de consensos e entendimentos, não faz sentido agora ignorar todas estas negociações e indigitar Pedro Passos Coelho, quando, todo o modo de acção do Presidente da República foi oposto a essa indigitação. Se o fizer, então para que serviu este tempo todo de espectáculo político que o mesmo criou e alimentou? Ou seja, eu (como muita gente certamente) sempre achei que logo após as eleições, quem ganhou as eleições deveria formar Governo e ser indigitado Primeiro Ministro, mesmo que depois no Parlamento a situação fosse outra, mas isso pode sempre acontecer, se houver acordos e esses acordos forem explicados, o que ainda não aconteceu, sendo até bom que essa discussão ocorra na Assembleia da República. Mas, isso não foi o que fez o Presidente da República. E, se houve alguém que permitiu que esta situação política se arrastasse de forma inconclusiva foi o próprio Presidente da República, porque o sítio onde deveriam ser feitos e discutidos estes acordos deveria ser na Assembleia da República, explicando ao pormenor tudo aquilo que propõem e defendem, de forma a que os portugueses fiquem esclarecidos. Já passaram 17 dias após as eleições, e continuamos assistir a desentendimentos e entendimentos; acusações e insinuações; e o mais grave de tudo, a não existir à vista uma solução política que garanta e dê estabilidade ao país.