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domingo, 15 de novembro de 2015

Invadir a Síria: Nós ou eles.






   Porque tem que estar a Europa e o Mundo refém de um grupo extremista, que quer propagar o mal, sem qualquer contemplação? Até quando vamos ter de levar com o discurso de uma Europa demagógica sem rumo e direcção? Vamos continuar a brincar aos aviões (hoje um bombardeamento e daqui a uns dias outro) ? Foi preciso um ataque destes em Paris, para a França reforçar o seu ataque aéreo (que é insuficiente)? Para quando o envio de tropas militares para a Síria?
   A atitude do Ocidente tem sido uma desilusão, e, não tem conseguido evitar o mal, porque não vai à raíz do problema, que é a Síria. Em 2003, quando se invadiu o Iraque, mesmo contra as resoluções do conselho de segurança das Nações Unidas, houve um grande apoio por parte de vários Estados, mesmo que não tenham assumido esse apoio publicamente. A invasão não teve sucesso, porque não foram encontradas as armas de destruição massiva, que tinham sido o motivo da invasão. Mas, essa invasão teve consequências devastadoras, principalmente no surgimento do Estado Islâmico. Em 2003, não havia o terror que existe hoje; não havia uma tentativa de acabar com a raça humana como a que existe hoje; não havia uma guerra contra o Mundo como a que existe hoje. Qualquer pessoa que faça uma leitura inocente (sem ser preciso mostrar ou defender ideologias) pergunta: porque invadiram em 2003 o Iraque quando estava tudo bem e não invadem hoje a Síria, quando há milhares de inocentes a morrerem diariamente, vítimas de uma ideologia que pretende instalar o caos e o terror no mundo? Em Janeiro deste ano, Paris entrou no novo ano da pior forma, com atentado no Charlie Hebdo. A reacção foi fraca, e passado muito tempo, utilizaram bombardeamentos aéreos na Síria. Até hoje, o resultado está aí à vista, onde o grupo extremista continua aumentar e a proliferar sem ter uma oposição firme do Ocidente. Ontem, mais uma vez, Paris foi invadida pelo medo e o terror. A reacção, para já, foi apenas intensificar os ataques aéreos na Síria e aumentar patrulhamentos internos, fechando fronteiras e colocando militares nas ruas. Uma reacção já testada anteriormente, que não teve grande sucesso, e, que pelos vistos, continua a ser a escolha de Hollande. E é importante tentar perceber porque razão a França só agora, depois deste ataque de ontem, intensificou os ataques ao Estado Islâmico? A Europa vai reunir-se mais tarde, porque, na Europa, como sempre até aqui, nunca existiu uma política forte na reacção ao problema Síria. É incrível como a Europa não responde, não fala, não sabe decidir, não sabe reagir. Já toda a gente percebeu (até estudos existem sobre isso) que os bombardeamentos aéreos não são suficientes e não vão resolver o problema. Basta assistir ao fracasso desta coligação nos ataques aéreos, que ontem viram, mais uma vez, o seu resultado, em Paris, onde morreram mais de 120 pessoas, completamente fuziladas. Também já se percebeu que se, em 2003, era possível o diálogo com Saddam Hussein (evitando uma guerra) e não foi esse o caminho, hoje esse diálogo não é possível (ou alguém acredita nisso quando vê a forma como este grupo extremista actua?), não havendo alternativa à invasão militar na Síria (envio de tropas para o terreno). É uma questão de sobrevivência humana, onde para além dos milhares de inocentes que morrem diariamente às mãos destes extremistas, a questão já vai muito além da Síria e do Iraque, e Paris foi um bom exemplo, onde revela que se não actuarmos, corremos sérios riscos de sermos atacados novamente, em larga escala e com maior impacto. 
   Espero que rapidamente o Ocidente perceba e chegue à seguinte conclusão: ou nós ou eles.