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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ratoeira Russa

   

Bashar al-Assad e Vladimir Putin



   O conflito verbal entre a Rússia e a Turquia passou das palavras para os actos. Assistiu-se ao abate de um avião Russo, em virtude do fato deste ter invadido espaço aéreo da Turquia sem autorização. A Rússia já veio negar que isso tenha acontecido, dizendo que se tratou de um incidente muito grave. Mas o comportamento da Rússia já não é recente nem virgem, visto que já vários Estados se queixaram deste comportamento da Rússia, noutras situações, inclusive até em Portugal já aconteceu, embora tenha sido noutro pretexto. Para a NATO, esta situação é preocupante, porque desde da Guerra da Coreia, há muitos anos, que um incidente destes não acontecia. A NATO já veio demonstrar solidariedade com a Turquia e apoio à sua integridade territorial. A Rússia tem tido comportamentos pouco admissíveis no que concerne ao respeito pelos outros Estados, e esta, a ser verdade, foi mais uma iniciativa provocadora, de quem tem claramente uma estratégia e que está no terreno há muito tempo, e só agora começa a desvendar-se e das piores formas, mas com Putin não há boas formas, sendo prova disso estes 15 anos de poder absoluto. Por outro lado, sem desviar as atenções, as Rússia continua a matar civis na Síria, sendo que desta vez foram 59 na província de Homs, segundo a Human Rights Wtach, e isto porque a Rússia continua a ser aliada principal de Assad, que usa armas químicas contra seu próprio povo, e, que mesmo que não seja o pior nem o principal alvo do momento (sendo esse o Estado Islâmico), não pode ser interpretado como solução, como pretende a Rússia. Assad foi o líder um país, que perante os protestos do seu povo contra seu regime, tomou medidas extremistas, que posteriormente originaram a guerra civil. Assad teve logo como aliados a Rússia e o Irão, que ainda hoje fornecem armamento militar. Mas o jogo que a Rússia está a jogar é demasiado perigoso para que o Ocidente a veja como aliado, porque para a Rússia, o principal alvo não são os terroristas, mas sim todos aqueles que estão contra e atacam Assad. Sabendo que o próprio Ocidente é contra uma solução que inclua Assad, esperar da Rússia um empenho e envolvimento nesta coligação internacional contra o Estado Islâmico de forma séria e solidária parece pouco real e possível de acontecer. A entrada da Rússia nesta coligação internacional contra o terrorismo pode ser uma verdadeira ratoeira russa.