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sexta-feira, 18 de março de 2016

Acordo UE e Turquia



Refugiados a caminho da Europa vindos da Síria



   A União Europeia acaba de conseguir um acordo com a Turquia para solucionar o problema dos refugiados, da seguinte forma: "a partir de Domingo, todos os novos migrantes irregulares que se deslocarem da Turquia para as ilhas gregas serão reenviados para o seu país". A primeira questão que me surge imediatamente é saber se isto é legal e se não viola as normas internacionais. Mas, mais que isso, é saber se esta é a forma de lidar com o problema? Será que destruirá o modelo de negócio dos passadores (sendo este um dos objetivos da UE)? E presumindo que consegue, será este o melhor caminho? Este programa de recolocao prevê ter varias Etapas. Serão estas respeitadas pelos Estados envolvidos? Será melhor agir ou não fazer nada, quando se prevê que o número de migrantes não pare de aumentar?
   Nao haja dúvidas de uma coisa: algo tem de ser feito sob pena de se perder o controlo, principalmente agora com a Primavera, em que se estima um elevadíssimo fluxo de migrantes a chegar à Europa, mas continuo a ter reticencias quanto à legalidade da solução, embora não duvide da sua eficácia prática, e na verdade, a Europa tem de agir, e o perigo é devido à sua inércia e ao hiato temporal que já vai desde do início deste problema, que à medida que o problema se adensa, surja a aplicação de medidas mais severas e com aplicação prática imediata, como será caso desta solução e de outras que já foram surgindo. Esta solução, à partida, prevê apenas e directamente resolver o problema de uma das partes: Europa, mas de qualquer forma, será difícil impedir que os "passadores" (os que trazem os migrantes para Europa) continuem a fazê-lo, a não ser que a Europa coloque ou colocasse barcos nos locais onde estes partem, como por exemplo, na Síria, e aí intensificasse as patrulhas e destruísse os barcos dos "passadores", tendo sempre um plano B para socorrer os refugiados.
     Talvez a criação de mais centros de acolhimento (com ajuda política) em zona mais próximas de conflito do que a Europa fosse uma solução interessante, e a partir desses centros, poderiam chegar à Europa, de uma forma mais ordenada e controlada. Só que, por exemplo, conseguir que África seja parte de uma solução não será fácil, principalmente a nível político.
    A Europa não está a conseguir lidar com os seus dois maiores problemas: refugiados e terrorismo, e, se pode ser perigoso misturar ambos os temas, perigoso poderá ser também separá-los, não por razoes de discriminação ou medo (porque isso é completamente contrário aos valores europeus) mas sim por razoes de aproveitamento dos "passadores" em detrimento destes mesmos refugiados, que fazem tudo o que for preciso para fugir à Guerra e vir para a Europa.