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terça-feira, 8 de março de 2016

Incompatibilidades Políticas

  




  Nao é novo, é um costume em Portugal, que poucos ou quase ninguém se atreve a alterar, porque todos os intervenientes, directa ou indirectamente, beneficiam dele, e, o caso de Maria Luís Albuquerque é apenas uma gota no meio do oceano que de forma hábil está escondido, e, serve, essencialmente, de forma de vida à maioria daqueles que depois deixam a politica, ou melhor, depois que deixam a política "pública" (com exposição pública). Veio a público que são 38 os deputados que acumulam salário de deputado com outro fora da vida politica. Este costume sempre existiu e sempre foi e é alimentado com "troca de favores", onde coloca-se o X no lugar de Y e o B no lugar do C com uma facilidade que apenas está ao alcance de um dealer político. A figura de dealer político é uma figura que está representada no parlamento, onde um deputado com vários anos de política facilmente pode chegar a esse estatuto, e posteriormente, conseguir arranjar emprego a qualquer soldado raso, não interessando o mérito. Houve um caso passado entre dois politicos, sendo um ex.deputado, em que um vira-se para o outro e diz:"Oh Y nao arranjas ai qualquer coisa para meu filho que ele está precisar trabalhar? Diz o Y: "Tenho aqui uma coisa para ele, em que fica a ganhar 3000 euros por mês". Diz o ex deputado: "Oh pah isso é muito, nao tens nada em que ganhe menos que isso?", diz o Y: "Oh espera aí, tenho ali uma coisa (era numa entidade estatal) que vou falar com fulano Z em que ele pode ganhar apenas 2000 euros, se fizer umas horinhas tira mais uns extras, mais baixo não consigo". Ok, vê isso então. Diz o ex deputado no final: "É certo? Posso já confirmar?", ao qual responde Y: "Sim, ele não tem como dizer que não, sim podes ficar descansado, para a semana já está colocado, nem precisa de concurso". Este Y é um dealer político, que vive da política e faz alimentar esta rede, que evita que alguém se atreva a tocar ou por em causa, por exemplo, o regime da incompatibilidade politica. O caso de Maria Luís Albuquerque é o caso típico de alguém que teve por trás a figura do dealer político, onde vai usar e alimentar a rede, em troca de uma remuneração mensal de 5.000 euros, mas que na verdade, nem foi ela que acordou tal valor, mas sim a rede que ela vai fornecer, que vai gerar muito dinheiro com as informações que a mesma vai poder passar. O mesmo se passa com determinados deputados que, ao mesmo tempo que são presidentes de comissões da saúde no parlamento, por exemplo, trabalham para farmacêuticas de renome, fazendo numero em suas reuniões de administração, colocados por dealers, que apenas procuram este jogo de informações preciosas para enriquecer e controlar a rede. Um dos casos onde os dealers mais actuam é no caso dos Bancos. Nao é por acaso que alguns, por ganacia e falta de preparação foram parar atràs das grades, mas mesmo aí, não pararam de fornecer a rede, que nunca deixou de continuar a fazer o seu trabalho, e, que aqui, tem por diversas vezes, a intenção de prejudicar o Estado, onde este apenas tem como função pagar milhares de euros a escritórios e empresas para o assessorar (sem querer saber se estes fazem um bom trabalho ou não, isso não interessa e o dealer político que coloca o Estado nas mãos dos privados não quer saber disso mas apenas beneficiar em troca disso) e, na maioria das vezes, perder sempre, porque a ideia é essa, nunca ganhar, por isso os bancos estarem sempre sem dinheiro, mas só teoricamente e selectivamente. 
   É um velho costume, que contamina todo um sistema, onde são geradas fortunas, que alimentam políticos e essencialmente ex políticos, que vivem apenas de ligações ao Estado, onde pouco ou quase nada trabalham, sendo o seu principal trabalho alimentar os dealers politicos, em troca de manter essas ligações, quando já não são eles próprios dealers.