Quando és contactado por uma pessoa querida que andou contigo no ensino básico e secundário e constatas que nem todos tiveram a mesma oportunidade de estudar é algo que revela as fragilidades de qualquer sistema democrático, que ainda está longe de conseguir evitar as injustiças e desigualdades sociais. E ficas com a sensação de que o Estado devia ter outro tipo de papel na Educação, em idade precoce, e não é suficiente a escolaridade obrigatória, quando o problema está em casa. E isto é uma questão muito delicada, mas é o ponto-chave em todo o processo educativo de qualquer criança. Num sistema democrático, nós criamos a ideia de que existem os burros e os inteligentes, mas esquecemos que isso numa idade precoce não existe. E esse desenvolvimento depende em parte do meio social em que estás inserido, a outra parte do papel da escola que frequentas. Como pode uma criança de, por exemplo, 9 anos desenvolver um processo educativo de excelência quando chega a casa e tem uns pais que não valoriza os estudos e promovem o seu desinteresse, aliado ao facto de não possuírem as ferramentas necessárias para instruírem devidamente a criança? A desigualdade social está e estará sempre na Educação. E o trampolim para uma vida melhor a todos os níveis (não apenas financeiro) será sempre a Educação.