Não sou profissional de saúde, mas se fosse e ouvisse algumas propostas que por aí andam a ser tornadas públicas de incentivos ao nível de pagamentos de prémios monetários para quem esteve na linha da frente a combater o Covid-19, facilmente abdicaria desse dinheiro em prol daqueles que nada têm ou que fazem fila nas ruas do nosso país para conseguir bens alimentares. O projecto de resolução do PSD não define a escolha desses profissionais de saúde, salientando "os que fizeram um esforço adicional fruto da Covid-19 devem ser identificados pelo Governo". Isto é abrir a porta para poder abranger todos aqueles que estiveram presentes, numa arbitrariedade e indeterminação que é o que menos precisamos neste momento. Reconheço que foram extraordinários aqueles que estiveram a combater na linha da frente e foram determinantes para o nosso sucesso, mas não podemos esquecer aqueles que foram proibidos de combater, mesmo que noutras áreas, não salvando vidas, mas que diariamente lutavam e lutam (agora mais) para salvar as suas famílias e os seus negócios. Alguns não recebem há 2 meses e já tiveram de fechar. E tiveram de continuar a pagar as contas. E alguns são profissionais de saúde. A título de exemplo os dentistas, entre outros. Mas muitos não o são, como por exemplo os pequenos empresários, que pouco ou nada receberam e tiveram aguentar com as suas actividades estagnadas, sem facturação. E ainda existem aqueles que ficaram sem trabalho em virtude do Covid-19 e sem resposta para cumprir com as suas obrigações, a todos os níveis.