Os pescadores têm todo o direito de fazer greve e gozar de todos os direitos que estão consignados na Constituição da República Portuguesa, mas já não têm o direito de interferir no direito dos restantes trabalhadores e dos restantes pescadores, pois quem quer fazer greve faz mas quem não quer fazer greve também tem o direito de não fazer e ninguém tem o direito de forçar ninguém a nada. O que não pode acontecer é os pescadores pensarem que só são eles os únicos afectados nos preços dos combustíveis e pensarem que fazer greve lhes permite usar a força para impedir os restantes pescadores de vender o seu peixe. E espero que muitos dos pescadores que destruíram o peixe dos outros não venham a precisar um dia desse mesmo peixe para se alimentarem, pois querem fazer greve fazem, mas não têm o direito de impedir que os restantes colegas não façam, pois a situação é geral. Na minha opinião os pescadores sempre tiveram muitas regalias ao longo da vida e quando a situação fica pior decidem revoltarem-se da pior forma, usando a força e usando o discurso " agressivo" que não os levam a lado nenhum. Os pescadores têm o preço do diesel a 80 centimos o litro, mas não se podem esquecer que não são o único sector afectado pela crise e que destruírem o peixe dos outros e impedir os colegas de trabalhar não resolverá nada, muito pelo contrário. Eu não estou nem contra nem a favor dos pescadores, apenas como cidadão portruguês não admito ver situações como a dos pescadores (detruírem comida que é necessária a muitas famílias), quem quer fazer greve faz mas toda a greve tem limites e tem regras numa sociedade como a portuguesa.