O lugar deste Senhor, na minha opinião é na prisão. Eu compreendo que os portugueses tenham razões para desconfiar da justiça, porque na verdade os grandes processos judiciais em Portugal ainda não foram resolvidos e os culpados continuam à solta. Eu acredito na justiça, mas acho que é necessário "mão de ferro" na justiça neste momento para repôr o respeito que falta no nosso país, isto é, não podemos deixar que os poderosos continuem a utilizar meios ilegais para "viciar" os processos, é necessário combater essas mafias organizadas. Na vida podemos ser todos muito boas pessoas, mas sem resultados perdemos toda a credibilidade. Aqui na Justiça é igual, podemos ter uma boa justiça, mas não apresentando resultados perde credibilidade e é o que tem acontecido, não apresentando resultados. Este Processo Casa Pia é o exemplo do que acabei de referir. Algum destes senhores que abusaram sexualmente das crianças está na prisão ? A verdade é que as crianças foram as vítimas. Falando mais concretamente deste senhor Jorge Ritto, já em 1969 surgiram as primeiras suspeitas de pedofilia, a ser acusado pelas autoridades alemãs de actos promíscuos com crianças, num parque público - indícios que levaram ao seu afastamento do país. Em 1986 esteve em Marrocos onde surgiram relatos de orgias com crianças envolvendo o embaixador. Na África chegou a envolver-se com crianças, chegando a ter de fugir do país em algumas situações. No seu diário relata promenorizadamente ter abusado sexualmente de crianças, descreve alguns actos praticados pelo próprio e é indamissível que o Tribunal Constitucional venha dizer no seu nº 5 do artigo 20, que «para defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais, a lei assegura aos cidadãos procedimentos judiciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo a obter tutela efectiva e em tempo útil contra ameaças ou violações desses direitos». Eu desloquei-me ao gabinete de um especialista nesta área e também concordou que deveria ter servido de prova para acusar o arguido Jorge Ritto. É aqui que a Justiça tem de funcionar, tem de intervir como "justiça".