Ontem, assistimos todos, mais uma vez neste pleno século XXI, ao ataque indigno às classes mais baixas da sociedade, o que não surpreende, porque não se respeita quem trabalha, mas oferece-se privilégios a quem não trabalha. Estamos num país que precisa de reformular maus hábitos. O fenómeno das "empresas municipais" é um excelente exemplo do desperdício do Estado, sendo que muitas destas são "artificiais" e servem para fugir ao cumprimento da lei. Precisamos de 2.000 administradores de empresas municipais no país, sendo maioria desses administradores, também presidentes de câmara ? Uma em cada dez câmaras municipais estão "financeiramente insolventes", mas raras excepções, vê-se cortar no pessoal, vê-se reduzir os custos, vê-se diminuir as frotas, vê-se reduzir despesas de deslocação ? E existe uma razão para numa altura difícil em que o país se encontra, verificarmos esta mordomias inúteis neste mundo irreal que é o mundo das "empresas municipais" ? Sim, existe e está na autonomia dos conselhos de administração, que podem gastar quanto quiserem, por que no final quem paga são as autarquias, e quem paga ás autarquias é o Estado e o dinheiro do Estado é o dinheiro de todos os portugueses. Um ciclo com pouco futuro, que acabará com uma rigorosa e séria reforma e mudança na administração pública. As autarquias endividam-se diariamente, e a responsabilização dos autarcas ? O Estado não responsabiliza estes, e enquanto assim for, as "empresas municipais" serão reflexo de uma má gestão autárquica. Agora resta esperar pelos resultados da comissão, encarregue de estudar, até ao final deste ano, a reforma do sector empresarial das autarquias, criada pelo Governo.
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http://www.cmodivelas.pt/AssembleiaMunicipal/LegislacaoAutarquica/Anexos/lei_empresas_municipais.pdf
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