Uma imagem triste de um país triste foi o resultado da notícia que confirmou o abandono de Carlos Queiroz do cargo de seleccionador nacional. Independentemente da elevada ou reduzida qualidade técnica do seleccionador e da apreciação subjectiva de cada indivíduo em torno da suas qualidades diante de tal cargo , temos de questionar se é justa, correcta, exemplar, respeita os patamares mínimos de dignidade de um ser a forma como a pessoa de "Carlos Queiroz" foi tratada na praça pública e despedida pela sua entidade patronal ? Não é, por acaso, que começa assustar certos e meros indícios que surgem de uma sociedade dita moderna. Todo o cidadão assistia à pressão da comunicação social após a chegada da pessoa "Carlos Queiroz" a Portugal e alguém protegeu a pessoa que ainda ontem representava o nosso país ? Ou será que o país está regredir em vez de evoluir e voltamos ao tempo do "achincalhamento" na praça pública daqueles que nos fizeram mal e têm de ser castigados à vista de todos, à vista do povo ?
Eu digo de forma sincera que estes senhores, que presidem à entidade patronal que detém a tutela e poder sobre cargo de Carlos Queiroz, deviam, por razões de um mínimo ético e razoabilidade, abandonar o cargo de chefia e com "vergonha" pela forma como trataram uma pessoa, não um seleccionador, porque antes do seleccionador existe a pessoa, e um país que quer crescer e evoluir no tempo tem de excluir estas gentes dos cargos de chefia, gentes do tempo das "mariscadas" em que as lagostas apareciam nas cabines dos árbitros e dos cozidos à portuguesa, gentes do tempo do famoso empregado "o evaristo", que não têm coragem de abandonar os seus "lares" dentro das instituições desportivas, com medo da nova geração, uma geração que não controlam e que causa desconforto.
Talvez seja exagero, talvez seja ilusão, a verdade é que uns meros administradores de uma entidade desportiva conseguiram mostrar que o poder é o "vale tudo" dos conflitos de interesses e conseguiram exemplificar na perfeição a forma como não deve ser tratada uma pessoa, pois deve-se respeitar a dignidade da pessoa humana. Eu digo que são sinais de um tempo escuro e desconhecido, onde desta vez o alvo foi Carlos Queiroz.