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domingo, 14 de junho de 2015

CONFAP

  
Confederação Nacional das Associações de Pais





 A Confederação Nacional de Associação de Pais veio defender que os alunos deveriam apenas ter um mês de férias no Verão. Mas a ideia é repensar a escola para o bem dos alunos ou a ideia é ter onde deixar os filhos nas férias de Verão?
   A escola precisa ser pensado no seu todo, desde do tempo em que os alunos passam na sala de aula, passando pela forma de ensinar, até aos métodos de avaliação aos alunos e professores. Mas, para isso é preciso haver vontade e dinheiro. Primeiro, porque a escola pública está cada vez mais pobre, e, não vale a pena andar com "floriados" nesta questão, porque quando não há investimento, é difícil conseguir proporcionar boas condições aos alunos e melhorar seus desempenhos escolares. A ideia de haver apenas um mês de férias tem de ser "compensatória" para os alunos, porque serão sempre eles os beneficiados ou prejudicados, e acho que tem valer mesmo a pena, caso contrário, se for para ter onde os deixar, daqui a pouco será que vamos ter alguém a defender que no Natal seja apenas dia de férias o 24 e 25 de Dezembro? Tem de se acabar com a ideia de haver estas "decisões" que eram prática no passado, onde decide-se sem pensar nos destinatários, e sem ponderar se haverá aceitação dos seus destinatários: alunos. 
   Acho que, por exemplo, esta ideia seria interessante, se ao encurtar os três meses de férias para 1, os dois meses fossem para contacto com empresas (inclusivé atividades); visitas culturais ou de estudo; concursos (com convidados para estimularem desde cedo a criatividade como acontece nos E.U.A.); voluntariado; programas de integração com a comunidade e estruturas locais;  etc. Acho que a ideia deve ser sempre a pensar no aluno.
   A CONFAP tem ideia que quando fala num maior "aproveitamento dos alunos fora das paredes da sala de aula" tem noção que isso não acontece essencialmente por falta de dinheiro? Por exemplo, porque razão a escola pública não promove a prática de todos os desportos como acontece no privado (inclusivé pagando para irem representar escola internacionalmente, como no caso do surf acontece em certos colégios)? Porque razão não promove mais visitas e viagens aos alunos? Porque não oferece mais apoio escolar aos alunos? Porque razão não trata todos os alunos por igual? Porque razão não promove conferências nacionais e internacionais nas escolas? 
    Mas claro que o único problema não reside no dinheiro. Em segundo estão as pessoas e o modelo de gestão. Acho que devia-se alargar as escolas às empresas, e permitir que nos seus modelos de gestão estejam presentes empresas. Os atuais modelos de gestão estão esgotados e os resultados não são animadores. Lembro-me ter andando em escola pública, e nos anos que lá passei, se tentar olhar para grandes alterações sofridas na escola, não consigo lembrar, a não ser terem "pintado" 2 pavilhões e tudo se mantinha igual no resto. Mas isto também tem muito a ver com a visão e a estratégia definida para o ensino pela tutela, que nestes anos (e parece continuar) olha apenas para resultados nos finais dos semestres, o que é uma visão cada vez mais ultrapassada.