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domingo, 21 de junho de 2015

PS de (Cha)Co(s)ta

 






  Sem dúvida, este será um caso de estudo político. Como é que alguém que já chegou a ter a maioria absoluta em sondagens (ver :http://www.jn.pt/paginainicial/nacional/interior.aspx?content_id=4187336), pode agora estar a perder as eleições para a maioria PSD/CDS?
  António Costa tinha uma boa imagem junto da opinião pública e era apreciável a sua maneira de estar na política (porque tinha qualidades e um percurso interessante) , mas a partir do momento em que passou a ser líder do PS, a gestão da sua imagem e a forma de fazer política mudou e tornou-se muito fraca, tendo aniquilado em parte as possibilidades de ganhar eleições. Em primeiro, na escolha das pessoas. Rodeou-se da "velha guarda" , alguns nomes que já nem o coveiro se lembrava. Ir buscar algumas pessoas demonstrou que seria "mais um", igual a tantos outros, que bebia o sistema partidário como ninguém e a ambição era partidária e não nacional. António Costa tinha um posicionamento no PS como Rui Rio tem no PSD, mas perdeu esse crédito de alguma independência que as pessoas viam nele e a prova de que esse crédito existia está nas primeiras sondagens de 2014, onde davam a maioria absoluta ao PS, Em segundo, confrontado perante a opinião pública para tomar posição sobre diversas matérias, adiou sempre a resposta, contornando a mesma, demonstrando e passando a imagem de que não queria comprometer-se com "nada", o que passou a imagem de calculista político. Em terceiro, no que concerne a propostas e ideias (a parte que correu melhor mas veio tarde e não apaga os erros anteriores), aqui as coisas correram um bocado melhor, principalmente no momento da apresentação, onde há coisas que merecem elogio, mas, o problema veio posteriormente no esclarecimento de António Costa sobre os pontos do programa. Quando questionado, demonstrava sempre fraca argumentação e remetia para terceiros esclarecimentos. Em quarto e por fim, o discurso político (talvez ponto crucial). Tem um discurso pouco emotivo e que está longe das pessoas, onde revela dificuldade em ser ouvido e mostra pouca vontade e garra em mudar as coisas, porque o discurso está longe de ser nacional. Um discurso onde os portugueses não se revêem, com ziguezagues constantes, pouco credível (o que não acontecia antes de ser líder do PS) e confuso. Basta lembrar a posição relativamente ao caso da Grécia, onde inicialmente colocou-se do lado de Tsipras, e mais tarde, para se afastar desse radicalismo, tornou o seu discurso próprio radical, ao afirmar que afinal "Tsipras era um tonto".
   A política deve ser feita para as pessoas, e quando esta é feita mais a pensar no partido do que no país, o resultado é um cartão vermelho ao candidato, mesmo que este até tenha qualidades, porque tem de demonstrar naquele momento. Não vence quem ganha uma ou duas batalhas, mas sim quem ganha a guerra. E se António Costa entrou perto da maioria absoluta, em pouco tempo tudo mudou e já está em risco de perder as eleições, e mais grave ainda, ser alvo de chacota política por aqueles que esperaram por este momento: apoiantes de António José Seguro.