Yanis Varouf akis e Alexis Tsipras |
Num país onde, após 2008, o ajustamento levou à queda de 37% nos salários; queda de 48% nas pensões; onde o número de funcionários públicos diminuiu 30%; o consumo caiu 33% e o défice 16%, por sua vez, disparou o desemprego para os 27%; o trabalho não declarado atingiu os 34%; a dívida pública ultrapassa 180% do PIB; a pobreza e a fome tiveram aumentos associados a estados de guerra e a capacidade produtiva deixou de existir. Perante isto, será que administrar o mesmo antibiótico ao doente é uma boa solução? Admitindo que é preciso tomar antibiótico, será que utilizar o mesmo do passado (sabendo que não resultou) é aceitável? Impressiona ver pouca gente discutir os efeitos do antibiótico aplicado anteriormente e a sua pouca ou quase nula eficácia. O debate centra-se em duas saídas: pagar ou não pagar, desviando-se do principal problema: futuro grego.