Numa ida ao Continente para adquirir bens de primeira necessidade, reparei que há muita falta de informação e que há pessoas realmente conscientes da importância do flagelo e outras ainda inconscientes da capacidade destruidora do vírus. Mas o que impressionou foi perceber que ali estavam trabalhadores esquecidos pela sua entidade patronal, desprotegidos, abandonados à sua sorte, servindo apenas para a contabilização de números ao final do dia. Vi funcionários que colocavam fitas no chão por onde milhares de pessoas passam sem qualquer tipo de protecção: sem luvas, e, operadoras de caixa em situação similar, sendo uma fonte de propagação e disseminação do vírus. Se, por um lado temos portugueses de uma excepcionalidade ímpar, a cumprirem as recomendações impostas a nível nacional, por outro, temos empresas que só irão cumprir tais recomendações à força, com imposições legais.