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terça-feira, 17 de março de 2020

Fake News


Eleição de Donalld Trump à presidência dos E.U.A.


As fake news (informação distorcida, não filtrada) são cada vez mais um perigo para o jornalismo e para a ciência. O fenómeno ressuscitou recentemente com a eleição de Trump para a presidência dos E.U.A e com o Brexit, em que foram disseminadas notícias falsas, com intuito de influenciar os resultados finais. Embora, por exemplo, já em 2003 a invasão do Iraque tivesse encontrado a sua justificação numa fake news: terem armas de destruição maciça. Existem poucas dúvidas que Hilary Clinton foi a real vencedora das eleições americanas, e os E.U.A perderam a oportunidade de ter uma brilhante mulher à frente do país. As redes sociais são os locais ideais para criar e difundir opiniões, porque não existe diálogo, e tais ideias são difundidas, sem apurar a verdade. 
Neste era da pós-verdade, onde uma opinião vale mais que um facto, há uma despreocupação com a verdade, com a informação que é recebida e compartilhada. A recente fake news é sobre o facto de o Ibuprofeno agaravar a infecção da covid-19. Não podemos deixar que uma fake news valha mais que uma opinião científica. Temos de combater este flagelo da manipulação das notícias falsas. Isto é um perigo para a ciência e para a humanidade. Basta lembrar quando Trump afirmou que até as vacinas são um mal para o mundo, quando está comprovado cientificamente que erradicaram no passado doenças que mataram milhares de pessoas. O Estado deve agir e aplicar multas fortes a empresas que difundam notícias falsas, como acontece já em alguns países. Há empresas que vivem das fake news e ganham milhões à custa da difusão destas notícias, aproveitando a desinformação e instrumentalizando o cidadão sem informação.
A regulação privada deve ser uma das soluções, obrigando os agentes privados, como por exemplo o facebook, a fazer chegar aos cidadãos informação verídica, impedindo a disseminação arbitrária e anárquica de qualquer tipo de notícia. Mas, a literacia digital pode ser outras das soluções, em que os cidadãos seja dotados de instrumentos que lhe permitam distinguir o que é verdade daquilo que é mentira.
Parabéns ao Bernardo Ferrão da Sic, pelo excelente trabalho desenvolvido no programa Polígrafo, que devia ser um exemplo a seguir pelos restantes órgãos de comunicação social. A luta e o combate às fake news passa por iniciativas destas onde seja apurada a verdade, e um facto valha mais que uma opinião.