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domingo, 15 de março de 2020

Covid-19 ao segundo


1918-1920: Gripe Espanhola

Num momento sensível e complicado, as declarações de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa não foram felizes nem foram as necessárias para o país. António Costa referiu que não devemos gastar todas as munições imediatamente, com receio de "cansar" a população. O sul da Europa está um desastre e a nossa vizinha Espanha está à beira do colapso em determinados hospitais. Como qualificar tal declaração? Felizmente, ainda não temos vítimas mortais, mas isso não deve ser um indicador para atrasar uma devida e urgente prevenção. E isso passa obrigatoriamente pelo fecho de fronteiras e por declarar o estado de emergência, sendo esta última uma competência do Presidente da República expressa na Constituição da República. Marcelo esteve mal ao convocar o conselho de estado, atrasando uma decisão inadiável e que pode ter efeitos graves e nefastos. António Costa e Marcelo não tomaram decisões, num momento em que essas decisões são fundamentais para evitar o colapso do país. 
Não podemos aceitar que seja exigido a um país inteiro que fique em casa, quando do outro lado vemos, por exemplo, um aeroporto de Lisboa com aglomerado de pessoas e um aeroporto do Porto onde qualquer um entra sem qualquer controlo. Ao mesmo tempo que fecham escolas e determinados serviços e outros continuam de portas abertas sem qualquer razão aparente. Há milhares de pessoas infectadas que não sabem que estão, que continuam achar que uma tosse significa pouco ou que, mesmo existindo, esta não é seca ou não é acumulável com a febre, logo não é Covid-19. O Covid-19 espalha-se ao segundo e não há tempo para adiar decisões à hora, quanto mais ao dia, que terá efeitos imprevisíveis a nível negativo. Os portugueses fechados em casa a lutar pelo país e a lutar contra este vírus não compreendem tal adiamento nem o podem aceitar.
Os indicadores revelam o pior, mas esperemos o melhor.