A Direcção-Geral de Saúde deixou de ter credibilidade nas suas declarações públicas. Depois de várias declarações inicialmente a desvalorizar o vírus, agora pedem às pessoas para não usarem máscaras ou luvas, porque não sabem usar e só seria útil se todos usassem e como não temos essa cultura não resulta. Outro argumento foi que não haveria máscara e luvas para todos. Bem, todos os países, excepto Portugal, devem ser uma cambada de malucos e obstinados, porque usam máscara e luvas. Vejam lá que alguns deles conseguiram evitar a propagação do vírus porque obrigaram a população toda a usar máscara e luvas. Por exemplo, em Macau isso foi uma das principais razões do sucesso invocado para evitar a propagação do vírus. Se a Direcção-Geral de Saúde não quer que os portugueses adquirem máscaras ou luvas para evitar que não falte aos profissionais de saúde, deve assumir essa posição e isso é uma questão diferente. Se há pessoas que não sabem usar as máscaras ou as luvas, talvez alguém devesse ensinar essas pessoas (principalmente mais idosos) a usar, ao invés de insultar culturalmente o povo. E são várias as pessoas que correm atrás destes pensamentos que merece um exercício de senso comum. Eu não sou médico. Mas faço um exercício de senso comum: se antes de sair de casa, lavar e desinfectar as mãos; colocar as luvas e a máscara e dirigir-me a um supermercado, eu não estarei mais protegido que a dona Augusta que está sem máscara e sem luvas (no pressuposto que chego a casa e a primeira coisa a fazer é tirar as luvas correctamente e isolar num local próprio, sem nunca ter contacto com a cara e desinfectar as mãos)? Negar a sua eficácia é um autêntico disparate. Outra coisa é negar o uso incorrecto, mas não foi isso que a DGS fez, e deveria ter feito. A DGS desaconselhou o seu uso por as pessoas não saberem usar. Eu uso luvas e máscara quando vou ao supermercado e irei usar. E não sendo médico (embora vivendo com uma namorada da área) aconselho todos a usarem, porque não sabemos quem está ou não infectado.