Ouvimos bem: Portugal é um país de licenciados a mais?
Em Abril deste ano, o Eurostat revelou que apenas 29,2 % dos portugueses eram licenciados, sendo que o valor continua longe dos 36, 8% da média na Europa. Será que o problema são os licenciados a mais, ou talvez seja a adaptabilidade do país à realidade dos números e a dificuldade e a falta de capacidade de escoamento do mercado de trabalho ?
No tempo em que era Ministra da Ciência e Ensino Superior, Maria Graça Carvalho, em 2003, Portugal tinha apenas 9% dos licenciados, sendo este o número mais baixo da União Europeia, sendo que apenas Malta ficava atrás de nós, com 7% de licenciados, sendo que a Estónia tinha o triplo de licenciados, com 30% de licenciados. E também no abandono escolar tínhamos números de completo atraso geracional, com a maior taxa de abandono escolar da Europa.
Em pleno ano de 2014, a Alemanha, na voz de Angel Merkel, apela ao regresso ao passado, ao querer reduzir países como Portugal e Espanha, potenciando e fortalecendo a sua pátria, porque o termo de comparação tem sido a Alemanha. Isto mostra, infelizmente, que a Angel Merkel não está à altura nem é a pessoa indicada para decidir sobre a Europa, porque o que tem feito é aproveitar o poder para potenciar apenas o seu país, em detrimento do enfraquecimento dos restantes e isso não foi a Europa que Robert Schumann pretendeu que fosse criada e mantida. O criador desta Europa, talvez não a deixasse continuar, se acordasse e visse o que se passa por tràs da cortina.