Portugal não merecia, jamais! Timor tem memória curta e o seu líder, para além de faltar ao respeito a Portugal, está a pôr em causa uma relação de anos, com um país que já foi uma colónia portuguesa. Quando o poder judiciário torna-se prisioneiro do poder político um país vira uma ditadura, enquanto não se torna anarquia. Timor até está no direito de não querer mais julgamentos realizados por nacionais de outros países, neste caso portugueses, mas não pode é fazer as coisas da forma que fez, com um ultimato e ordem de expulsão em 48 horas. Para já nem falar no princípio da separação de poderes, que parece existir apenas no papel em Timor.
Mas nada surge por acaso. e também aqui Timor está a traçar o seu caminho (perigoso), e Portugal é carta fora do baralho. Talvez seja "ambicioso" demais este comportamento do Governo de Timor Leste ao expulsar magistrados portugueses. Mesmo que queria dar o "salto" em termos financeiros (tendo para isso que se subjugar aos interesses económicos), tem de ter os pés assentes na terra, ou as coisas podem correr mal e comprometer o crescimento (receitas de 15 milhões dólares em petróleo mensalmente que o país obtém). Isto já estava previsto há algum tempo, e, o crescimento de Timor, aliado com as suas parcerias e acordos estratégicos com a Austrália relativamente ao Petróleo, são a justificação para estes comportamentos de Xanana Gusmão e seu Governo.
Mas, por outro lado, e porque a questão também se deve colocar: "porque deixam que sejamos assim tratados?". Ainda há pouco foi na CPLP o triste espectáculo que assistimos, em que Portugal foi colocado de parte e nem contou para as contas. Agora, somos assim tratados e a reacção contínua a ser ténue, sem impacto e passando, mais uma vez, a imagem de "parente pobre".
É altura de deixarmos de ser o "parente pobre".