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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Benesse partidária à sucapa





    
    Será que é possível haver uma aprovação de alterações legislativas, na véspera de Natal, relativa ao financiamento dos partidos e a culpa ser mesmo apenas de quem aprova a lei? Nós, enquanto sociedade, não temos obrigação de reagir, de agir, de dizer que não concordamos com tal benesse à sucapa?
   Uma lei que permite aos partidos políticos receberem mais dinheiro, não pagarem impostos e ainda livrarem-se de várias situações ainda aguardar julgamento é caso para todos enquanto sociedade reflectirmos, como povo e pensarmos se todo este modelo que construímos faz sentido actualmente, não por não haver outra forma que não seja a democracia, mas sim porque pode haver mais democracia dentro da própria democracia.
   Isto que se passou deve envergonhar-nos a todos, enquanto país. Aos deputados, por terem a ousadia e o descaramento de aprovarem uma lei destas à sucapa, em 16 minutos, sem discussão, e aos cidadãos, à sociedade, por estar sem força, sem ânimo e adormecida no tempo, desvalorizando os ataques que o seu povo vai sofrendo, mas que ela, sem os seus cidadãos, nada pode fazer.
   

Elogio a Anna Muzychuck





   Há momentos em que devemos levantar as mãos e aplaudir, e sem dúvida que a decisão de Anna Muzychuck, campeã mundial de Xadrez, em recusar-se a competir na Arábia Saudita por causa das restrições impostas às mulheres no país, é um destes casos. Se por um lado, não necessitava de usar o véu, teria de usar obrigatoriamente camisola de gola alta, num país onde uma mulher ainda necessita de autorização de um homem para, por exemplo, abrir uma conta bancária, abrir um negócio ou viajar e continua a ser tratada de uma forma inferior ao homem. São atitudes e gestos como estes que marcam a diferença e abrem espaço para o progresso e a mudança, num tempo em que já não podemos admitir que uma mulher seja subjugada e mal tratada desta forma.

Raríssimas







   A Raríssimas é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em Abril de 2002 para apoiar todos os cidadãos portadores de doenças menos comuns e todos aqueles que com eles se correlacionam. É isto que está no site. Um instituição onde não há lucro, e que beneficiam de um estatuto diferenciado pelo serviço social que prestam. Depois de tudo o que se ouviu e foi tornado público, devemos ponderar e saber dividir as coisas. Uma coisa é a instituição e o serviço meritório que presta, e, que tanta falta ao nosso país instituições que apoiam estas pessoas com doenças raras. Outra coisa são as pessoas que se apoderam dos cargos para servir-se em vez de servir os outros, e , aqui, seguramente que a raríssimas não é o único caso, raríssimas há muitas. Mas, se há razões para condenar, e aqui o comportamento da presidente foi pouco ético e infeliz ao referir "foi uma cabala muito bem feita", em contraponto com as provas de que aos meninos da instituição era servida comida fora de prazo, por exemplo, o que não pode ser aceitável.
   Uma boa solução seria criar uma entidade para fiscalizar estas instituições, e perceber se o dinheiro que é atribuído chega aos principais destinatários e é aplicado para o fim a que se destina, que algumas vezes, este dinheiro é instrumentalizado e acaba por não ser aplicado para os fins que deveria ser, e é isto que tem de ser combatido, porque se for fiscalizado, minuciosamente, dificilmente estas situações que foram relatadas voltam a repetir-se, porque tudo isto é má utilização dos fundos públicos, aqui subsídios públicos.
   Não devemos, jamais, é confundir as instituições com as pessoas titulares dos seus cargos e órgãos sociais, porque se, neste caso, se provar algumas acusações que são feitas à presidente da raríssimas, esta deve ser condenada, mas a instituição deve continuar o seu trabalho, que é importante para a sociedade e para o país.


2017?



 Artigo 171.º  do Código Penal Português

 Abuso sexual de crianças 

 1 - Quem praticar acto sexual de relevo com ou em menor de 14 anos, ou o levar a praticá-lo com outra pessoa, é punido com pena de prisão de um a oito anos.

 2 - Se o acto sexual de relevo consistir em cópula, coito anal, coito oral ou introdução vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.

domingo, 12 de novembro de 2017

Panteão Nacional desde 1836


1836 - Panteão Nacional

2017 - Panteão Nacional




   Foi em 2014 que, por despacho (8356/2014) Jorge Barreto Xavier (secretário de estado à data) teve a diferente e inovadora ideia de permitir que se possa alugar o Panteão Nacional para "jantaradas". Os preços variam entre os 750 euros e os cinco mil euros, conforme se pode ler no despacho. O grave não é terem sido as pessoas da Web Summit, que são os últimos culpados (na verdade nem culpados são, porque estava aberto ao público e tiveram um gesto de louvar e enaltecer ao pedirem desculpa), mas sim quem permitiu e autorizou que tal jantar fosse permitido, e principalmente os anteriores que já foram lá realizados.  Jorge Barreto Xavier ainda veio tentar justificar-se com a ideia de que no despacho vem frisado  que "podem ser rejeitados os pedidos que colidam com a dignidade dos monumentos", ou seja, na verdade isto é o mesmo que não dizer nada, porque tudo o que é permitido no despacho pode desde logo colidir com a dignidade de tais monumentos (qualquer aluguer do espaço colide com dignidade dos monumentos), logo para quê sua criação? Por vezes, mais vale não se dizer nada, do que justificar aquilo que não tem justificação. Quem criou o despacho foi com a ideia de permitir e alugar o espaço a quem quisesse sem restrições, porque não há espaço para excepções aqui neste diploma, porque criar uma excepção seria impedir o seu diploma na totalidade. E se este Governo também tinha conhecimento e nada fez também agiu mal.
   Quando a perda de valores e princípios possa ter chegado aos altos cargos da nação devemos evitar o seu alastramento e estancar a sua proliferação, porque um local onde estão aqueles que se distinguiram pelos mais altos serviços prestados ao país deve ser preservado e respeitado. Foi em 1836 que Passos Manuel, através de decreto mandou construir o Panteão Nacional, e jamais podemos permitir que haja a "banalização" de um local tão sagrado e inspirador para todos nós enquanto portugueses. Ali estão aqueles que serviram o país de forma exemplar, que lutaram e elevaram o nome de Portugal. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Elogio à Simplicidade






  Nunca vi o meu voto ser tão respeitado e nunca tive tanto orgulho em alguém em quem votei. Se fosse hoje, votava duas vezes em Marcelo Rebelo de Sousa, porque nunca houve ninguém que o merecesse tanto. Para fazer o bem a quem mais precisa, por vezes, basta um gesto ou palavra com um abraço. Quando o azar nos bate à porta, temos de pensar que a missão principal de todos e a obrigação é estar ao lado destas gentes, e evitar o sofrimento, porque o país ainda sofre e sofre muito, ao ver estas gentes completamente devastadas.
   Elogio à simplicidade de alguém que nos representa de uma forma que nos enche a alma.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Marcelo salva a face





   Marcelo, de uma forma lúcida e olhando com olhos de ver para o país, fez ontem uma declaração que respeita todos aqueles que perderam as suas vidas estes dias nos incêndios e suas famílias. Salvou a face de um país que tinha vergonha em todas as declarações governativas que até ali tinham sido proferidas. Haja alguém que se coloque no lugar daqueles que perderam seus familiares, suas casas, suas economias, seus animais, o trabalho árduo de anos e anos de sacrifícios. Estamos a falar de pessoas que lutaram sozinhas com as mangueiras de suas casas contra os fogos, tendo algumas mesmo perdido a vida nesse combate.



terça-feira, 17 de outubro de 2017

Passividade pouco compreensível


Manifestação em Espanha pelas 4 mortes nos incêndios



   Aqui na vizinha Espanha, na Galiza,  morreram 4 pessoas nos incêndios, e foram milhares aqueles que saíram à rua gritando tarjas como "fogos nunca mais", exigindo a demissão do presidente do governo regional, por incompetência na defesa das populações. Deixemos de lado o medo pelas palavras, e haja coragem em assumir que estas 41 mortes já confirmadas isola-nos no tempo, e atira-nos para uma visão de país de terceiro mundo. 
   Ontem, quando assisti à declaração do primeiro ministro não quis acreditar, porque se há coisa que não foi feita foi tudo o que deveria e poderia ter sido feito para evitar estas mortes. A par da ministra, foi mau demais o que se ouviu, e não se pode olhar para o lado depois de mais uma tragédia destas. 
   O que faz um povo ser tão passivo perante o poder político? Começa a ser preocupante esta passividade, e a forma como o poder político consegue "dominar" e "acalmar" um povo perante tragédias desta magnitude. Como é possível perante 41 mortes em tão poucos dias, o povo continuar sereno, como se fosse uma inevitabilidade? Acho mesmo que começa a ser um caso sério esta passividade pouco compreensível de um povo que vê os seus serem dizimados de uma forma arcaica, sem haver responsabilidades, esperando, mais uma vez, que o tempo seja o curador de todas as feridas que ainda ficaram por sarar.
   

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Mortes Inaceitáveis









   Mais uma tragédia em Portugal, e neste momento já estão 29 mortes confirmadas, em consequência dos vários incêndios que assolam o país. Num momento em que as pessoas lutam com que podem, muitas isoladas, sem qualquer protecção e orientação, o Secretário de Estado da Administração Interna veio dizer que "Não podemos ficar à espera dos bombeiros". Se há coisa que vemos e as televisões nos mostram são as pessoas, em muitos casos, sozinhas, unidas com as suas populações, a combaterem os fogos. Haverá alguém que veja a sua casa cercada por um incêndio e não faça nada? 
   O cenário que nos chega mostra uma pessoa grávida a fugir das chamas em contra-mão na A25, outras três encontradas mortas em suas casas e tantos outros por aí a tentar, igualmente e em desespero, fugir à perseguição das chamas.
   Como podemos repetir os mesmos erros? Em Pedrogão vimos pessoas a morrerem dentro das suas casas por falta de auxílio, e aqui igual. Em Pedrogão vimos pessoas a morrerem nas estradas por falta de informação (em alguns casos até informação prestada incorrecta) e aqui igual. Em Pedrogão não vimos um plano para retirar as pessoas das casas atempadamente, e aqui igual. Em Pedrogão existiam milhões investidos para os combates aos incêndios e o pouco aceitável aconteceu e aqui também.
   Estamos todos com as famílias daqueles que perderam as suas vidas, e devemos fazer tudo para evitar mais mortes, mas já há uma coisa que não podemos evitar: a tragédia. Estamos perante mais uma tragédia nacional, e, não é admissível nem aceitável estas mortes, essencialmente da forma repetida como aconteceram, quando existem milhares de pessoas destacadas e milhões investidos exclusivamente para evitarmos, no mínimo, uma tragédia com números de mortos desta natureza, que nos chocam, nos vergam e entristecem um país. 


    

domingo, 15 de outubro de 2017

Aquecimento Global








   Num momento em que todos nos deparamos com o problema do aquecimento global, e, os recentes estudos apontam para o aumento dos indícios que comprovam esse aumento do aquecimento, assistimos a um triste retrocesso americano, sem nenhuma razão que possamos aceitar. Ainda é aceitável, em pleno século XXI, ponderar a influência da humanidade no aumento global das temperaturas? 
   Conseguir alcançar o acordo de Paris sobre as alterações climáticas durou anos de negociações, e quebrá-lo agora seria um retrocesso mundial. Depois de Bush ter quebrado com o Protocolo de Quioto (com o mesmo argumento que Trump, de que interferia na economia americana) , o protocolo deixou conseguir cumprir suas metas quanto às emissões de gases de efeito de estufa. Mas nem tudo foi mau, e o surgimento, por exemplo, das energias renováveis, deve-se me muito a este protocolo, bem como o apoio que foi dado a países em desenvolvimento, como por exemplo, a ampliação das suas florestas e espaços verdes. 
   A ONU terá aqui um papel decisivo, e esperemos que demova Trump deste retrocesso, e o convença da importância desta redução para o bem da humanidade e da sua existência. Juntamente com a China, os E.U.A representam metade das emissões de carbono a nível mundial. 
   Deve ser dado exemplo da Alemanha, que conseguiu reduzir os seus gases efeito-estufa sem diminui seu PIB. Num momento em que os avanços ficaram aquém do esperado, e, o degelo num recente estudo do New York Times é referido como um problema que adenda-se a cada dia que passa (veja-se o recente fenómeno da Antárctida onde abriu-se um buraco do tamanho da República Checa), é fundamental e urgente que o Acordo de Paris seja cumprido.



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Elogio a Marcelo

Mafra - 05.10.1910



   Mais uma vez, neste 5 de Outubro, Marcelo soube ter elevação e fazer um discurso inteligente, ponderado e optimista. Este apelo e promoção do presidente a uma política transparente, em que se assuma humildemente o que correu bem e o que correu mal é uma defesa da democracia, onde este dia é um dos seus expoentes máximos. Soube pedir respeito e prestígio, por exemplo, para as nossas Forças Armadas, numa clara alusão a Tancos, mas sem nunca perder a compostura nem entrar numa crítica deselegante ou desestabilizadora, até porque não há razões para isso.


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Isaltino Morais





   Talvez tenha sido a vitória mais surpreendente da noite, de alguém que todos os candidatos tentaram colocar fora desta corrida, como se já tivessem algum pressentimento do que se viria a passar. Gostaria de saber quais as razões da população de Oeiras para dar a vitória a Isaltino Morais, e com maioria absoluta, depois de ter sido condenado a uma pena de prisão de 7 anos, perda de mandato, com condenação em todas as instâncias judiciais, por ter desviado milhares de euros enquanto autarca, fraude fiscal, abuso de poder, corrupção e branqueamento de capitais.

Rescaldo Eleições Esposende






   Houve uma grande derrota e uma grande vitória em Esposende. A grande vitória foi do PSD, que sem sombra de dúvida, ganhou de forma clara, sem muita margem de contestação. Mas não é por ter 60% que deixa de ter apresentado uma das piores listas dos últimos anos, em termos de valores e nomes. E isso deve exigir uma reflexão para se tentar perceber qual a razão para meia dúzia de pessoas com influência económica continuarem a decidir sobre o futuro de Esposende (em privado algumas até fazem trocem daqueles que hoje votaram massivamente neles).
  A grande derrota foi do PS e do CDS. O PS não existiu, sendo que se a maioria das pessoas nem sabia do nome do candidato, e mesmo que não soubesse do nome, a imagem e os seus cartazes não ajudavam à cativação, por muito esforço que se fizesse. E se PS com esta conjuntura não tem melhor candidato, algo vai muito mal, e não é de hoje. Já o CDS, na mesma linha, escolheu um candidato sem expressão, que fez uma campanha pobre, e que, conseguiu piorar os resultados e contribuir para a vitória do PSD. O JPNT não ficou de lado, e foi também um dos derrotados desta noite, de uma forma menos penosa que os que os restantes, porque não tem máquinas partidárias. Mas, talvez tenham tido demasiadas pessoas inexperientes e "puras" politicamente, que na política paga-se caro, e faltou uma oposição mais dura e mais veemente. Foi notória a falta de uma oposição forte durante a campanha, e era necessário para mostrar que há melhores e mais capazes para o cargo.
   Há uns tempos, alguém dizia: "Um dia destes vou para a câmara, ainda vou ver quando vou para lá como Vereador, quando me der mais jeito". E não é verdade que aconteceu?
   Esposende merece que as pessoas estejam de alma e coração nos cargos para os quais foram eleitos, mas o verbo merecer é diferente do verbo acontecer.

sábado, 30 de setembro de 2017

Referendo na Catalunha






   Este referendo na Catalunha é apenas surpresa para quem nunca lá esteve, mas se este precedente vencer, podem outros reivindicar tal autoridade, como, por exemplo a Comunidade Valenciana ou Andaluzia? Com que legitimidade poderá ser colocada em causa? Regresso dos nacionalismos? Será que a ilegalidade do refendo chega para justificar a sua não admissão?
   Quando estive em Barcelona, lembro-me de falar com um empregado de um hotel sobre este tema, que vivia há muitos anos na cidade, e, uma das coisas que me dizia era que as pessoas dali não eram espanhóis, eram Catalães, e diferentes da maioria das pessoas do resto de Espanha. E esta forma de estar de quem vive na Catalunha tem uma razão de ser: estamos a falar da região mais rica de Espanha, onde não precisam de mais nenhum dos outros povos e estamos a falar de uma região que representa aprox. 20% do PIB espanhol. Lembro-me igualmente de contactar com a Catalunha quando estive a trabalhar em Valência, e estava em causa um negócio de milhares de euros, e eles queriam ter um tratamento diferente do resto de Espanha, e queriam ser tratados de forma diferente, e inclusivamente, se em Madrid tivesse a acontecer o negócio de uma forma, eles queriam que fosse de outra. Até no turismo eles gostam de enaltecer a diferença, e, gostam de ser a região que recebe o turismo de "elite", o designado "bom" turismo, ao contrário, por exemplo, de Benidorm, que recebe um turismo mais fraco, tudo em termos económicos. 
   Esta ideia de nacionalismo existe e não pode ser ignorada, mas não pode ser, ao mesmo tempo, tolerada a qualquer custo, e, à revelia das regras de um estado democrático. E esta forma autocrata da Catalunha não pode ser aceite, nem sobrepor-se à decisão do Tribunal Constitucional Espanhol, que considerou ilegal o referendo.


   

Eleições Autárquicas Esposende








   Eu, como muitos, iremos votar amanhã para a eleição do próximo presidente da Câmara de Esposende, e o futuro da cidade está na nossa mãos, porque somos nós eleitores que iremos decidir o futuro da cidade. São muitos aqueles que estão preocupados com o futuro de Esposende, como eu, porque queremos alguém que eleve e respeite todos os eleitores. E a pergunta que todos fazemos é: quem deve ser o próximo presidente da Câmara de Esposende?
   Ante demais, é de enaltecer o facto de ter havido uma luta saudável e democrática entre duas candidaturas: Benjamim Pereira (PSD) e João Cepa (JPNT). Foi bom ter havido uma candidatura capaz de enfrentar alguém que pensava que isto seriam "favas contadas", e seria o momento apenas de pensar em lugares, e cumprir o "beija-mão". 
    Numa pequena análise, olhando para a candidatura de Benjamim Pereira, este não foi capaz de constituir uma equipa de excelência, muito pelo contrário, tendo perdido o seu melhor vereador: Rui Pereira. A sua lista é muito fraca, e, talvez o que se diz por aí seja mesmo verdade: "foram os únicos que aceitaram". Um presidente que esteve 4 anos à frente do município, tendo antes já estado como vice-presidente tinha o dever e obrigação de constituir uma lista forte e com nomes que dissipassem dúvidas, mas isso não aconteceu, e corre sério risco de perder a autarquia. Podem existir grandes projectos, até de milhões, mas isso não vale de nada quando não se tem as pessoas certas e capaz de os levar a bom rumo. E esta equipa de Benjamim Pereira está a um nível surpreendentemente baixo.  Foi um presidente que viveu muito para "fora" de Esposende, em detrimento dos interesses dos cidadãos, e que, não respondeu às prioridades de um concelho, onde o nível de desemprego continua elevado, e a captação de investimento continua a ser uma utopia. Definiu a construção de um canal para evitar as cheias na cidade como uma prioridade, ao invés de apostar por exemplo em políticas de emprego, que continua a ser um concelho onde os jovens desaparecem. Não podemos ter um presidente que quer fazer de Esposende uma ilha só para alguns cá viverem.
   João Cepa foi um presidente que esteve durante longos anos à frente do executivo, e desta vez decidiu candidatar-se com o movimento designado Juntos Pela Nossa Terra (JPNT), e, conseguiu criar um movimento dinamizador, interessante e com vivacidade e transparência. Conseguiu explicar às pessoas as suas políticas, e colocou como prioridade a criação de emprego e sua captação. A coesão social, a educação, a criação de emprego, atracção de investimento têm e devem ser apostas. Quando defendeu suspender o projecto de um canal para evitar as cheia na cidade, parece-me bem, porque há outras prioridades, e construção de uma variante à EN-13 é uma ideia interessante, que ajuda a resolver os problemas de vários cidadãos, que todos os dias se deslocam para trabalhar fora da cidade. Quanto à equipa, soube trazer o melhor elemento de Benjamim Pereira, e, isso é um dos grandes trunfos, a par do regresso de algumas pessoas que já vinha dos seus anteriores mandatos, e que têm o seu mérito. Fora isso tem muita gente nova, que são uma incógnita, mas que, mostraram querer e ambição.
   A dúvida amanhã será saber se Benjamim Pereira será eleito novamente presidente da Câmara de Esposende, e quem não quer que isso aconteça será óbvio onde e em quem terá de votar. Qualquer voto em outra candidatura será um voto em Benjamim Pereira.




   
    

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Eleições na Alemanha


AFD - Alternativ für Deutschland



   O pior que pode acontecer a um país é não ter memória. As eleições na Alemanha, que elegeram um partido nazi (AFD) como a terceira força mais votada deve envergonhar-nos a todos, e, principalmente, os alemães. Foi eleito um partido que gerou o medo, contra refugiados e a imigração, contra o islão e que se orgulha da segunda guerra mundial. Sim, um partido que se orgulha e se identifica com o regime nazi, um regime que não teve piedade de milhares de inocentes e que cometeu uma das maiores atrocidades da nossa história. Foi um partido assim que vai ter quase uma centena de lugares no parlamento alemão.
   Uma das coisas que questiono é: porque votam as pessoas num partido destes? Sinceramente, não encontrei respostas, mas procurando, uma das respostas mais patentes foi que as pessoas votaram no AFD porque sabiam perfeitamente as suas posições sobre as variadas temáticas e assuntos políticos, ou seja, mesmo absurdas, eles tinham e têm posições firmes e claras sobre demais assuntos. Na verdade, e, infelizmente, existe um espaço para o crescimento deste extremismo, e, a incapacidade da maioria dos políticos actuais tomarem posições firmes sobre os demais assuntos, abre caminho a que haja uma instrumentalização destas incapacidades políticas.
   Devemos relembrar para nunca esquecer. Aqui fica um dos milhares de testemunhos do Holocausto, aqui uma carta enviada a um professor:"Caro professor, Eu sou um sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum ser humano deveria testemunhar: câmaras de gás construídas por engenheiros ilustres, crianças envenenadas por médicos altamente especializados, recém nascidos mortos por enfermeiros, mulheres e bebés assassinados e queimados por pessoas formadas na universidade. Eu lhe peço: ajude os seus estudantes a tornarem-se humanos. Seu esforço professor, nunca deverá produzir monstros eruditos e cultos e psicopatas. Ler, escrever e calcular aritmética são importantes se servirem para tornar as nossas crianças seres mais humanos".


terça-feira, 19 de setembro de 2017

Elogio a Guterres




   António Guterres continua a dar cartas, e desta vez, com o apoio da embaixadora norte-americana, conseguiu moldar um pouco o pensamento de Trump e conseguiu que este dissesse:"você tem sido fantástico". Não há muito tempo, na cimeira do G7 em Itália, Trump criticava a ONU de forma veemente, e não poupava Guterres, e hoje já o elogia, e nada disso acontece por mero acaso. Independentemente de haver divergências sobre variadas temáticas, como o caso dos refugiados e aquecimento global, Guterres soube centrar a discussão em torno da questão da reforma da ONU, um tema que agrada a Trump. Guterres terá nos próximos tempos um papel fundamental como construtor de consensos, e como pregador da paz, essencialmente na questão da Coreia do Norte, onde a cada dia que passa a possibilidade de encetar qualquer tipo de conversações evapora-se. 


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Licenciaturas por creditação







   Desta vez a descoberta foi a Rui Esteves, que se demitiu ontem do cargo de comandante nacional da protecção civil, devido à falta de transparência do seu percurso académico, principalmente às "creditações" obtidas por atacado e companheirismo. Terá sido no IPCA? Não, foi no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Mas é quase a mesma coisa, frequentado e ministrado pelos mesmos, só muda mesmo o nome e a decoração das salas. Como é que alguém tem uma licenciatura, obtendo 32 dos 36 créditos por equivalência (recentemente a lei alterou para "creditações"), sem estar sujeito a qualquer tipo de avaliação? Mais importante, como é que ainda em Portugal se permite a existência destes institutos politécnicos, que permitem ter uma licenciatura sem serem sujeitos a uma avaliação, com credibilidade zero, criados com um fim essencialmente político, onde a exigência e o rigor não existem, e, a promiscuidade é gritante e preocupante?


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Morte do Bispo do Porto



Papa Francisco com Bispo do Porto D. António Francisco dos Santos



   Uma grande perda para o Porto e Portugal, de um homem bom, que fazia o bem a quem estava mais próximo, e que não foi por acaso que o Papa Francisco o nomeou. É uma enorme perda, de alguém que fazia falta, porque são pessoas como o D. António Francisco dos Santos que a igreja e a religião precisa, pessoas que buscam ajudar o próximo com uma genuinidade e simplicidade ímpar. A sua grande luta e preocupação com os mais fracos é um marco e um legado que perdurá no tempo, e um exemplo para todos nós.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

China Subserviente?








   O espaço e a margem de manobra da China está cada vez mais apertado perante as Nações Unidas, e, continuar a servir um regime como o da Coreia do Norte é perigoso e pode complicar ainda mais os papéis dos restantes países na condenação e aplicação de sanções à Coreia do Norte. A Coreia do Norte tem combustível para 6 meses, e o que lhe resta são as transacções económicas com a China, que ainda lhe garantem o mínimo de sobrevivência. A China aceitou aplicação de sanções duras à Coreia, tendo mesmo publicamente alertado a mesma para não responder ás sanções da ONU. Mas a questão é saber se as vai aplicar ? Há dúvidas, e até agora, todos os indicadores referem que não está acontecer. Grande parte das receitas da Coreia vem das exportações para a China e com estas sanções haverá um corte de mais de mil milhões de dólares. Entre as medidas, a China não poderá contratar trabalhadores norte-coreanos, nem ter projectos em conjunto, nem aceitar responsáveis do regime no seu país. 
   A questão fulcral aqui vai ser se temos uma China subserviente ao regime norte-coreano (que sabe que é este o seu único e verdadeiro aliado) ou uma China decidida acabar com as "fantasias" de um regime caduco?

sábado, 2 de setembro de 2017

Eterna Diana


Diana Spencer



     Passou 20 anos, mas o lado bonito da vida é que há pessoas extraordinárias e que, independentemente de já não estarem entre nós fisicamente, a sua marca e o seu legado continuam a ser lembrados com a saudade de quem jamais deixa que isso pereça.
   Qual é a figura de Estado que, passado 20 anos, que tenhamos visto, tenha prescindido, em visita presidencial, de seguir o protocolo para passar a noite ao lado de um rapaz que tinha acabado de ser amputado a uma perna, a lutar pela vida numa cama de hospital?
   Ajudar a fazer o bem a quem mais precisa é escolher viver de acordo com uma política de valores que Diana muito bem personificava, e que tinha como objectivo alcançar o bem comum. Nunca esqueceu os povos das nações pobres, soube não ser indiferente ao sofrimento fora das nossas fronteiras, e isso não está ao alcance de qualquer pessoa, só de quem tem o espírito de serviço, uma vontade de encontrar algo em algo que era sempre superior a ela e que a desafiava e superava.
   Confesso que Diana faz parte de uma lista de pessoas que me inspira diariamente. Foi, é e será sempre eterna. Foi, é e será sempre um exemplo, de alguém a quem estamos eternamente gratos pelo seu legado. Deus a abençoe e nos continue abençoar com o seu fantástico legado, que jamais desaparecerá, pois ele está entre nós.


Bitaite de Cavaco


Cavaco Silva



   Cavaco Silva decidiu, na universidade de Verão do PSD, emitir sua opinião sobre variados assuntos, mas, mais uma vez, as palavras tiveram alvos, raiva e fúria. O ataque a Marcelo Rebelo de Sousa, onde disse: "A palavra presidencial deve ser escassa, por isso é que o actual presidente francês é conhecido como o presidente júpiter, um deus de palavra rara no seu Olimpo", é mais um exemplo de que o último mandato de Cavaco como presidente já não devia ter acontecido. Cavaco Silva esquece-se que saiu da política com uma popularidade negativa, onde ficou a imagem de um presidente quezilento, que procurava a inimizade, e, infelizmente, continua a tentar a penetração dessa forma de fazer política, mas o seu tempo acabou e não volta. E ainda mais grave e fica muito mal é criticar o seu sucessor, que tem feito um excelente trabalho. Incrível é a actual liderança do PSD colar-se a estas declarações e a um ex.presidente que nem os votos dos sem abrigo consegue angariar. Sempre que o PSD cola-se ao lado de Cavaco, afunda-se. Mas ainda bem que temos um presidente diferente, que usa a palavra diariamente e que fala com as pessoas.
    Era desnecessário o bitaite.


terça-feira, 29 de agosto de 2017

Coreia do Norte até quando?


Praça Kim Il Sung, em Pyongyang, Coreia do Norte





   Desta vez, fomos acordados com a notícia de mais um míssil balístico da Coreia do Norte, que atravessou o Japão, em mais uma provocação, que a qualquer momento pode ter resposta, e gerar uma onda de destruição sem precedentes na história. Até quando a comunidade internacional vai tolerar estes comportamentos e ameaças da Coreia do Norte? 
   Talvez até ao dia em que representar uma ameaça para os E.U.A., e aí talvez seja o início do fim da Coreia do Norte e do seu regime. Se tal acontecer, será destrutivo para ambos, porque as perdas serão enormes, mas sem sombra de dúvida que será o fim da Coreia do Norte. E o problema não se resume ao facto de estar Trump à frente dos E.U.A., porque o programa de armamento da Coreia é uma verdadeira ameaça ao mundo, segundo a ONU, e mesmo já tendo sido alvo de sanções muitos duras, a Coreia continua a ignorar o que a ONU diz, e a fazer o que bem lhe apetece. Foi convocada mais uma reunião do Conselho de Segurança da ONU após mais esta provocação, mas temos de ter em mente que a Coreia violou todas as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança, por isso, a Coreia é um problema sério, que talvez só vá perceber quando for obrigada pelos países, com recurso a algo que jamais ponderavam fazer há alguns meses. 
   O Japão e as suas forças armadas não responderam, mas esperemos que a Coreia do Norte jamais pondere fazer um teste perto de Guam, porque aí será o início do conflito que ditará o fim da Coreia do Norte. Mas se há uns tempos, arriscaríamos dizer que o líder coreano não seria tão estúpido ao ponto de fazer isso, porque seria suicida, actualmente, perante tais avanços, cada vez menos podemos ficar boquiabertos. Embora, perante tudo, é racional acreditar que se, para a Coreia a guerra seria uma autêntico suicídio, para o E.U.A. também não seria nada interessante, e teria consequências desastrosas, tanto a nível económico como geopolítico, porque acabaria sempre por envolver outros países, como por exemplo a China e o Japão.
   Esperemos que a diplomacia, culminada com as duras e inevitáveis sanções económicas, sejam suficientes para interromper este avanço coreano, mas jamais tal "paciência estratégica" pode ser o mote para a Coreia do Norte continuar a desenvolver o seu programa nuclear.



quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Vou tentar







   Não tem sido fácil voltar a escrever, mas agradeço a várias pessoas que pediram para que o faça. Não sei se vou conseguir ter um ritmo que já tive, devido a compromissos profissionais, mas vou tentar, tanto a nível nacional como internacional. 

domingo, 20 de agosto de 2017

Ramblas





   Quando menos se espera, lá aparece alguém a querer incomodar a nossa forma de vida. Desta vez o atentado foi em Barcelona e na bonita zona das Ramblas. Não foi assim há tanto tempo que estive num hotel mesmo em plena zona das Ramblas onde aconteceu o atentado. E perceber que já não estamos seguros em nenhuma parte é algo inquietante, mas que jamais nos deve fazer recuar e deixar de viver de acordo com os nossos valores ocidentais.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Venezuela por um fio




Hugo Chávez em 1992, numa tentativa de golpe
 de estado ao governo de Carlos Andrés Pérez



   A madrugada de 4 de Fevereiro de 1992, liderada pelas forças armadas venezuelanas, com o tenente coronel Hugo Chavez a ser figura de proa, suscitada pelo combate à corrupção, deve hoje ser lembrada por aqueles que integram as tropas venezuelanas, e pensar que a liberdade que um dia reivindicaram e pela qual lutaram está em vias de extinção e se nada fizerem, ficarão perante a escuridão dos dias, onde talvez nem uma luz de candeeiro poderão acender.
   Um país onde um regime que já perdeu eleições há um ano e nunca respeitou a liberdade (a liberdade que um dia já foi o solgan do chavismo para chegar ao poder em 1999) é bem ilustrativo da instrumentalização deste tipo de pensamento e regime totalitário, em que o equilíbrio e o bom senso desaparecem fugazmente para preservar o lugar e posto de poder, que infelizmente é um traço de originalidade deste estilo de pensamento, que jamais poderá ser equiparado ao socialismo, como Chavez ironicamente queria cantar aos setes ventos. Quando chegou ao poder, e nos primeiros anos, conseguiu na verdade ter políticas socialistas que baixaram radicalmente a pobreza, mas esses foram instrumentalizados, e hoje são aqueles que sofrem na linha da frente com as políticas do regime que um dia lhes fez acreditar que iam defendê-los. Mas o ódio conspirativo contra os Estados Unidos que caracterizou os últimos anos de Chávez e ainda hoje é a "motivação" do atual regime, começou por ser o grande declínio do Chavismo, porque serviu como arma de arremesso de traços de um regime totalitário, que nunca quiseram assumir, mas que é demasiado evidente e impossível de esconder.
   Em 2009, o país entrou numa crise tão profunda, que chávez chegou a propor aqueles que um dia pediu que lhe dessem a mão que tomassem menos banhos para economizar água e energia. Sim e hoje em 2017, o massacre sobre o seu povo com base na defesa de um regime "roto" e que já quase tem a cabeça coberta de água, tem os dias contados, porque os venezuelanos não vão aceitar continuar a ser enganados, em prol de uma tentativa desmesurada de manter o poder.
   

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Levanta-te Eusébio, somos campeões!






   "Levanta-te Eusébio, traz a Amália do Panteão Nacional e vem festejar connosco". Foi à um ano que metemos os franceses no bolso, de uma forma tão nossa, tão autêntica, tão única, tão memorável que teve um sabor especial. Passou um ano, mas parece que foi ontem, que todos vivíamos este momento tão especial, e por muitos mais anos que passem, 10 de Julho de 2016 ficará para sempre registado na nossa história, e 2016 será sempre recordado como o ano em que fomos campeões da Europa contra os nossos amigos franceses.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Eloquência de Adriano Moreira


Adriano Moreira



   Devíamos ter a oportunidade e o privilégio de poder ouvir mais vezes vozes como Adriano Moreira, pela elevação e eloquência de discurso. Em entrevista hoje à RTP3, um dos pontos em que Adriano Moreira tocou foi no facto de cada vez menos darmos ênfase ao discurso inteligente, em prol do fraco e "mesquinho" discurso, de sermos subordinados ao discurso barato, desprovido de qualquer inteligência. E este sem dúvida que é um dos maiores perigos da nossa sociedade actual.


Medina Carreira


Medina Carreira


   Conheci-o numa conferência no Palácio da Bolsa no Porto. Lembro-me como se fosse hoje. Cheguei atrasado, numa sala cheia de pessoas que conheciam e admiravam o seu outro lado, de alguém que tinha uma visão como poucos, a visão com sustentação e inteligência. Infelizmente, a televisão criou uma imagem errada da pessoa de Medina Carreira, e que felizmente tive oportunidade de testemunhar que foi uma imagem errada e exagerada. Por vezes, podíamos não gostar de uma outra opinião, e eu cheguei a não gostar e mesmo não concordar, mas jamais negava a importância e relevância da sua opinião e do seu pensamento livre. Medina Carreira era um pessoa distinta e inteligente, que fundamentava tudo aquilo que afirmava, e soube deixar-nos o testemunho e o legado de que ainda vale a pena dizer-se o que se pensa e ter princípios e valores, mesmo que tentem convencer-nos do contrário. 


terça-feira, 20 de junho de 2017

Inevitáveis testemunhos de Pedrógão








   Depois das coisas acontecerem, é quase irresistível refletir sobre o que teria sido se as coisas fossem feitas de forma diferente. Mas a verdade dos testemunhos que todos estes dias fomos ouvindo por parte dos populares que viviam em Pedrógão Grande e arredores obrigam-nos a fazer essa reflexão, porque não podemos aceitar que passado mais de 30 anos sobre o incêndio de Armamar possamos voltar a ter tantas perdas humanas, de forma tão trágica e tão pouco compreensível. Sim, tão pouco compreensível, porque por muito que quem quer que seja venha-nos dizer que fez-se o máximo que se podia fazer, isso não é verdade, e os testemunhos das pessoas e as falhas provam isso mesmo. 
     Sinceramente, o que mais arrepia e deixa a pensar um país aqui são os testemunhos das pessoas que tentaram e conseguiram sobreviver, e são vários aqueles que afirmam que chamaram bombeiros e ninguém apareceu; que foi a GNR que disse às pessoas para irem por aquele estrada (estrada que vitimou 47 pessoas); que avisaram já depois da tragédia que havia pessoas idosas sozinhas e isoladas e que morreram sozinhas, abandonadas e carbonizadas. E porque razão as comunicações falharam? Porque razão não houveram estradas cortadas ? Porque razão faltaram pessoas que percebam das florestas ? Porque razão deixaram morrer-se pessoas nas suas aldeias carbonizadas ? Será que podemos aceitar isto assim de ânimo leve? Seria um grande erro se fosse feito. 
   Talvez nestas coisas nem sempre a racionalidade opera, e, nada disto que precisa de ser reflectido e invertido (sim não precisa agora de apuramentos porque maioria das pessoas sabe onde estão as falhas e desde 1965 que estão identificadas e são as mesmas) tem a ver com o papel que deve ser sempre enaltecido dos bravos bombeiros. Os bombeiros fizeram o seu trabalho e deram o seu melhor, como sempre o fazem, mas isso não deve ser o "tapa olhos" relativamente a todas as falhas que existem à sua volta, porque infelizmente, sem saberem, muitas vezes, os bombeiros e toda a sua bravura são o escape daqueles a quem devemos acarretar responsabilidades.
   Infelizmente, desde 1965, quando foi elaborado o relatório dobre "Princípios básicos da luta contra incêndios na floresta privada portuguesa", que se discute o problema e fala-se na importância do planeamento florestal e na adopção de sistemas de prevenção e combate assentes na profissionalização dos seus agentes. Por exemplo, fará sentido, quando existe um incêndio, vermos as pessoas a fugir de suas casas sem qualquer sentido de orientação e, mais grave, serem orientadas por elementos da GNR de forma completamente errada (como aconteceu neste incêndio)? Por exemplo, porque não há faixas de segurança em torno das habitações? E porque não existem locais seguros identificados pelas autoridades ou destacados no terreno para as pessoas fugirem dos fogos? São medidas como estas que talvez pudessem representar uma evolução relativamente ao passado, mas não é isso que acontece. O que vemos são pessoas a morrerem isoladas nas suas aldeias, por falta de assistência, querendo-nos convencer que não era possível fazer nada, mas eu não fiquei convencido, e espero, que como eu, sejamos mais a pensar desta forma, porque se hoje, com os meios disponíveis, as pessoas qualificadas, e o conhecimento que temos não conseguimos evitar estas situações, quando vamos conseguir?



domingo, 18 de junho de 2017

Tragédia sem voz


Pedrógão Grande



   Profundamente chocado. Eu ainda não acredito, e talvez demore acreditar que tenham morrido 61 pessoas num incêndio aqui tão perto de nós, tão perto dos nossos corações. Sem comunicações, isolados no tempo e no mundo, centenas de habitantes desta vila que poucos conheciam até ao momento da tragédia não puderam sequer pegar num telefone e ligar a um familiar ou amigo. Ver pessoas que perderam as suas vidas carbonizados ao tentarem fugir numa via de circulação é doloroso e reduz drasticamente qualquer apelo humano que possa ser feito, perante tal brutal perda.
   Uma tragédia que fez do silêncio a sua principal arma, retirando o pouco que já havia para tirar a gentes que são o rosto de um país isolado, cercado por floresta abandonada, que poucos querem saber, onde as portas estão sempre abertas, e a voz é pouco ouvida, sendo que desta vez foi mesmo calada, da pior forma, sem dignidade.
   Um combate desigual, onde de um lado, dizem que existe muito apoio e nada mais seria possível fazer, e do outro ouvimos as vozes roucas dos poucos que sobreviveram, queixando-se da falta de ajuda e de apoio, dizendo que ninguém lhes foi socorrer, ficando entregues uns aos outros, desorientados e acreditando no milagre da sobrevivência.
   Resta o sentimento, estarmos todos juntos a pensar nas vítimas desta triste tragédia.


quinta-feira, 1 de junho de 2017

Colaboração Premiada








   A figura da colaboração premiada, inspirada no nosso país irmão, o Brasil, está nas propostas de trabalho do grupo do Pacto para a Justiça. Na verdade, isto consiste em premiar alguém que colabore com a investigação criminal, mas a atenuação da pena já não será suficiente para nosso sistema? Em que termos a colaboração de um arguido na investigação criminal poderá isentar a sua pena ou mesmo suspendê-la? 
   À primeira vista, parece-me um tema que necessita de um amplo debate, para não cairmos na tentação de premiar a mentira, as denúncias falsas. Nós já contemplamos no nosso sistema a figura da especial atenuação da pena para quem colabore com a Justiça, e mesmo que esse benefício só seja aplicado na fase de julgamento, um "arrependido" que comece logo a trabalhar e colaborar desde início com a investigação tem outro tratamento, e, aqui ao instituirmos e formalizarmos esse tratamento, poderemos ganhar prova, mas perder segurança jurídica se não houver uma definição exacta dos termos em que arguido será beneficiado com a sua colaboração. 
   Por outro lado, todos nós, mesmo aqueles que não são agentes da justiça, têm conhecimento que os grandes processo de combate à Máfia não teriam existido se alguns dos seus membros não tivessem falado e explicado detalhes da sua organização criminosa. Mas também, no Brasil, temos recentemente um caso em que podemos avaliar esta figura, acerca do processo Lava Jacto. Neste caso no início foram redigidos 18 acordos escritos de colaboração, e a Justiça Brasileira diz que foi graças a esses acordos que foram recuperados milhões de euros e investigados dezenas de pessoas, embora aos olhos da comunidade internacional, o sucesso do caso ainda está por provar.
   Sinceramente, acho que não estamos preparados para implementar a colaboração premiada nos mesmos moldes que existe no Brasil, e a ser pensada a sua introdução, seria necessário um amplo consenso, discussão, estudo e inclusivé colaboração com países como E.U.A, Espanha e Itália, a par do Brasil, onde já existe para o combate à criminalidade grave, que é a finalidade desta figura. Seria uma prenda para o Ministério Público, mas com as constantes fugas do segredo de justiça, exigiria outra cultura, e teria de haver uma definição ao milímetro de todo o procedimento de colaboração e sua premiação, sob pena de termos o nome e a cara do "bufo" na CMTV ao mesmo tempo que este colabora com a investigação.




segunda-feira, 15 de maio de 2017

Papa Francisco


Visita do Papa Francisco a Portugal - Santuário de Fátima - 12.05.17




   Simples e humilde, chegou e partiu com uma humanidade ímpar, que todos sentimos e que ficará para sempre nos nossos corações. Poder ter participado nas cerimónias em Fátima juntos daqueles que considero como uma família e poder ser apenas mais um ali no meio de mais de 500 mil pessoas significou muito, por ser católico e por ser alguém que admira e se identifica com a totalidade da mensagem deste Papa. O tom da mensagem e a própria mensagem centrada nas causas originais da religião católica , preocupada com aqueles que mais precisam e os mais desfavorecidos, é retomado por este Papa de uma forma genuína e cumprindo como sua configuração teológica essencial, encarando-a como uma expressão irrenunciável da sua própria essência. Aliviar a miséria humana, cuja vista causa tanta aversão à nossa sensibilidade, é uma prioridade. Devemos ser o rosto visível de uma fé invisível, e termos a percepção interna daquilo que somos e fazemos, para que os outros, mesmo sendo não crentes ou até os inimigos, percebam também o papel e a mensagem. Um dia, e não foi por acaso, um escritor pagão (que nada tinha a ver com Cristianismo, tendo o paganismo mesmo chegado a negligenciar os pobres) escreveu: "É inacreditável a determinação com que as pessoas dessa religião se ajudam umas às outras nas suas necessidades. Não se poupam em nada, o seu primeiro legislador meteu-lhes na cabeça que eles eram todos irmãos". Isto é o que nos distingue, sermos diferentes no poder e alcance de ver o outro, e obedecer aos valores intrínsecos daquilo em que acreditamos.



 

Unicidade de Salvador Sobral


Salvador Sobral


   Um festival completamente descredibilizado (sim ou já esquecemos que até já os "Homens da Luta" estiveram na Eurovisão?), que já poucos viam, e que, de forma surpreendente, este ano, fez-nos estar "colados" à televisão, para ver alguém que, de uma forma simples e com uma unicidade pura, ganhar e colocar a música portuguesa e o nosso país no topo, e orgulhar-nos da sua prestação. Uma lufada de ar fresco, com uma autenticidade e letra brilhante, que jamais será esquecida. Obrigado Salvador Sobral.


   

terça-feira, 9 de maio de 2017

Intemporal Crise Refugiados







   Mais 200 refugiados desaparecidos no "inferno" do mediterrâneo e tudo na mesma. Adenda-se o problema e cria-se o hábito, algo que já se vê como normal. A tomada de consciência do problema sem solução está criar uma verdadeira "manta de trapos" na Europa, onde a preocupação actual está centrada em os países receberem refugiados, esquecendo que o problema principal não está resolvido, e que continuam a morrer milhares a fugir da guerra. Perturba ouvir uma notícia sobre , por exemplo, estarem desaparecidos 200 refugiados ou por exemplo, como ja aconteceu, terem morrido 400 refugiados no mediterrâneo e já nem existirem reacções, encarando tal acontecimento como uma coisa normal, que temos de aceitar.
     É bom os países receberem refugiados, mas se não se combater a raíz do problema e procurar uma solução que evite estes milhares de mortos, isto vai agravar-se, e vai chegar um momento em que os países não vão poder aceitar mais, e aí, já com milhares instalados nos diversos países na Europa, tudo será diferente, e ignorar o problema como agora será mais difícil.

(In)Sensibilidade Policial







   Há coisas que não nos podem ser indiferentes. Se por um lado, o papel da polícia é fundamental e merece todo o nosso respeito pela missão de garantir a segurança e paz pública, por outro também há situações em que deve haver bom senso e equilíbrio na tomada de decisões, principalmente quando estamos a falar de situações urgentes, que exigem um elevado grau de compreensão. Assistir a um casal de Bragança que saiu às 3 da manhã para chegar cedo ao IPO, porque tem uma criança com um tumor na cabeça, estacionar o carro num sítio que estava sujeito a multa, e ver o polícia imediatamente a multar, quando o senhor tentava explicar que teve estacionar porque o filho tinha ir para o tratamento de quimioterapia.
   Eu compreendi o trabalho do Polícia, mas compreendi ainda mais o caso do pai que teve de estacionar ali o carro, urgentemente, e garantir que o seu filho chegava a tempo ao tratamento, numa situação que deve ser sempre desculpável, apresentando prova no momento, e ter alguma sensibilidade, porque cada caso é um caso. Se há casos que merecem ser excepção ao código da estrada para a proibição de estacionamento são estes. porque está em causa a vida das pessoas, e essa também é uma obrigação do Estado: garantir cuidados básicos de saúde e imediatos para garantir uma vida, porque a saúde é o bem mais importante.
    A coima deve servir como uma repreensão ou um castigo para alguém que infringe a lei, mas também tem de medir a gravidade dos comportamentos sancionados e perceber se se enquadram no sentido e alcance da lei.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Votos Jovens em Le Pen



Marine Le Pen



  Uma das grandes surpresas é sem dúvida o voto dos jovens em Le Pen. Uma candidata que tem entre as propostas, mais rigorosamente, entre o seu manifesto, a saída do euro e a realização de um referendo sobre a permanência na União Europeia, qual o beneficio para os jovens de medidas deste âmbito? O discurso demagógico a que temos assistido baseia-se em "solgans", mas não aprofunda esses mesmo slogans, nem interesse nisso têm, porque por exemplo, para um jovem que hoje, através do acordo de Shengen, tem a possibilidade de andar livremente pela Europa, acha que no futuro voltando haver barreiras e fronteiras isso será um sinal de progresso e melhorará as suas vidas? Surpreende-me e preocupa-me perceber que grande parte dos votos de Marine Le Pen são oriundos das camadas mais jovens da população, porque o futuro são os jovens, e quando se revêem em pensamentos nacionalistas como os de Le Pen devemos todos estar de olhos bem abertos.
   Compreendo alguns testemunhos a que assisti, embora entenda que tem haver resistência para não se cair facilmente nestes discursos demagógicos, que são fáceis de "encher" carruagens. Por exemplo um jovem francês que votou Le Pen diz: "Votei Sarkozy e nao vi nenhuma mudança, . Votei em Hollande e não vi nenhuma mudança. Então desta vez votarei Le Pen, veremos o que ela fará". Não deixa de ser um testemunho a levar em conta, que é consequência do descrédito da política e dos políticos, que faz emergir um discurso anti-sistema, que infelizmente está a ser captado pelo extremismo, ao invés de ser utilizado por outros franjas mais moderadas das sociedades. 


Jantar com Israelitas






   Quando estás num hotel e, tens de optar entre o buffet ou "La Carte", e de repente o amigo e também chefe do restaurante diz-te: "Tem a certeza que quer Buffet hoje?" . E lá vou eu para o buffet e mais um grupo de quase uma centena de Israelitas, mais um alemães e uns míseros portugueses. De repente, chego ao buffet, e vejo uma Israelita a colocar o mesmo garfo com que tira a salada a tirar por exemplo o polvo e a massa. Continuo acompanhar a colega, e reparo que quando chega a parte dos rissóis, coloca a mão e não usa o utensílio apropriado para o efeito, e aí comecei a preocupar-me, mas o pior, infelizmente, ainda estava para acontecer. Sento-me e ao meu lado, ligeiramente perto de onde me encontrava, estava a mesa dos queijos com uma grande variedade, e para minha estupefacção reparo numa senhora com um pão numa mão e a outra mão num queijo arrastando o mesmo com a mão para dentro do pão. Por fim, no momento da sobremesa, ao ir buscar o melão, reparo que os amáveis Israelitas usavam a colher das saladas para tirar o melão, o que era mau demais, e levava a que ninguém comesse sobremesa. 
   No fim, para além de tantos outros episódios idênticos e caricatos, percebi que isto tem de ter algo a ver com a sua cultura, e a questão é: porque é que os Israelitas comem com as mãos? Ao falar com o gerente, ele diz-me que na cultura deles as coisas são diferentes e que existe o hábito de comer com as mãos, ou seja, não significa que sejam porcos ou mesmo sujos, apenas que para eles o conceito de limpeza funciona dentro de outros critérios. 

quinta-feira, 6 de abril de 2017

"Passa culpas" Sírio






   As recentes autópsias na Síria confirmaram o uso armas químicas. Como é que a comunidade internacional pode aceitar isto? Será que a solução vai ser apenas a utilização do mero e ineficaz inquérito? Como é que é possível as Nações Unidas ainda não terem condenado este ataque químico na Síria (nem ter sido aprovada nenhuma resolução nesse sentido)?
   A forma como as Nações Unidas está a lidar com a questão Síria faz lembrar, por vezes, alguns governos nacionais, como o português, onde quando há algo grave que se está a passar ou queremos saber o que se passou em concreto, lançamos mão de um "inquérito", que é um instrumento que se banalizou, por excesso de má utilização e que, maioria das vezes, serve apenas para "ganhar" tempo, sabendo que nunca irá ser obtido o resultado pretendido. Aqui já no passado foi utilizado o inquérito para investigar uso de armas químicas e o que aconteceu? Nada. O governo Sírio ignorou completamente. E o que fazer? Tudo fica travado no momento em que os membros permanentes do conselho de segurança da ONU não chegam acordo, e quando estão em pólos opostos, como o caso da Rússia e da China, de um lado, e o caso da França ou dos Estados Unidos do outro, talvez seja previsível que o caminho terá ser outro. A mesa das negociações está a servir para alguns países, como o evidente caso Russo, se sentarem apenas nos aperitivos e depois irem embora, e adiar sempre o problema, porque esse é o objectivo, vetando tudo o que for contra o seu aliado, e, isso é uma bola de neve. Será que a intervenção militar é o caminho? Este actual seguramente não é.
   Infelizmente, continuamos assistir ao doloroso "passa culpas" Sírio no seio da comunidade internacional, ao mesmo tempo, que estão a morrer milhares de inocentes de uma forma bárbara, completamente desumana e sem apoio internacional.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

"Peço desculpa aos portugueses"



quarta-feira, 22 de março de 2017

Indignam-se os pobres. Calam-se os ricos.



Jeroen Dijsselbloem, Presidente do Eurogrupo e Ministro Holandês




  O presidente do Eurogrupo e Ministro Holandês Dijsselbloem afirmou que "não se pode gastar o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda", numa referência alusiva aos países do sul. Perante isto houve uma onde de indignação, que se justifica pela posição que o mesmo ocupa e pela indefinição do alcance das suas palavras, mas não oculta parte da verdade da sua afirmação. 
   Depois de ter assistido e acompanhado o escândalo dos "cartões black" em Espanha, percebi que este "sistema" estava alastrado (e ainda está, só que a maioria das pessoas desconhece-o, porque está bem disfarçado) em todos os países do sul da Europa de uma forma implacável. O sistema dos "cartões black" é o sistema que se foi alastrando nos sistemas políticos e principalmente nas instituições financeiras (como também na maioria dos órgãos dos Estados, nacionais e locais), que permite aos titulares desses órgãos o uso de cartões de crédito sem limite. Em Espanha, no início de 2008 (período que deu início uma das piores crises da nossa história), o Governo iniciou um longo e devastador programa de austeridade ao seu povo. Nesse período de início da crise até 2012, ficou provado que Rodrigo Rato, ex gerente FMI e do Bankia, gastou fortunas no uso desses cartões em gastos pessoais, sendo que um dos factos apresentados provou que o arguido gastou em joiás, bolsas Louis Vuitton, festas em boates e viagens mais de dois milhões de euros, sendo que estes gastos também já vinham desde de 2003, mas aumentaram com a crise, a partir de 2008, tendo totalizado um valor de 12 milhões. Ou seja, este Senhor fazia estes gastos, enquanto via as pessoas devastadas com a crise a ir ao seu banco levantar as poucas poupanças que já lhes restavam para fazer face a necessidades básicas do dia-a-dia. E o que aconteceu ao Bankia? Foi nacionalizado. Quem pagou estes gastos em copos, festas, boates e mulheres? Os contribuintes. E depois o que aconteceu? Espanha teve de pedir ajuda. 
   Não definiu o alcance da sua afirmação e das suas palavras, mas se o fizesse, e poupasse a maioria das pessoas, referindo-se sem medos e rodeios apenas a uma elite "política" da qual também faz parte (e onde sabe que isto acontece e é um "costume" : mulheres e copos), talvez as pessoas entendessem melhor a ambiguidade das suas palavras, e reduzissem o seu grau de indignação, ou até, anulassem essa mesma indignação.