Última chamada. Chegou o momento, aqui vamos nós para 2014, e agora? Agora é continuar o sonho e sermos corajosos, porque é a primeira das qualidades humanas, pois é a que garante as demais. Bom Ano para todos: que seja um voo fantástico.
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terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sábado, 21 de dezembro de 2013
Rostos da Emigração
Que fazes aqui meu amigo? Disse-me ele: "Em Portugal tive duas opções: passar fome ou vir para cá procurar por uma vida digna. Ganhava 400 euros e pagava 300 euros de renda. Já viste que vida? Ficava com 100 por mês para comer. Então decidi fazer as malas e partir. Olha aqui à minha volta: já trouxe para cá 4 portugueses"..
Isto passou-se numa pizzaria em Londres e com um jovem de 20 anos. São portugueses, são nossa gente. São uma parte, um rosto da emigração do país, da forma arrogante com que este país tem tratado os jovens.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Nelson Mandela
Desapareceu uma pessoa extraordinária e única, que marcou o mundo e marcou-nos a todos nós enquanto pessoas por uma coisa muito simples: sua humanidade. Será para sempre entre nós recordado como um lutador, essencialmente pela sua luta contra o regime do Apartheid, sendo que 1994 foi o seu grande momento: quando se torna presidente da África do Sul, e nunca mais parou a luta pela dignidade, pela igualdade e pela justiça entre povos. Da última vez que estava com um livro seu nas mãos, pensei: "porque não existem mais pessoas com a humanidade de Nelson Mandela, que lutem pelas pessoas?".
Como diz Obama: "Ele alcançou mais do que seria esperado de qualquer homem" e não podemos ter dúvidas de uma coisa: ele é o exemplo de que sonhando, lutando e acreditando as coisas acontecem.
Termino esta pequena lembrança, com as palavras que melhor resumem esta pessoa extraordinária, que, a partir de hoje, passa a estar do outro lado (mais que fazer parte da história como ele dizia), junto de tantos outros que já rumaram, porque, enquanto estava vivo, ele não queria ser mais nem menos que as outras pessoas, também agora, não quererá ser mais nem menos do aqueles que já partiram : "as pessoas podem levar tudo de nós, menos a nossa mente, o nosso coração".
terça-feira, 26 de novembro de 2013
António Lobo Xavier
Ainda vale a pena "perder tempo" com a política?
Este foi o início de conversa num ambiente amigável e de debate interessante, onde as ideias surgiram e as paixões e convicções jamais desapareceram.
"Hoje, olhar para a forma como se faz é política é diferente, por exemplo, de olhar para a forma como se fazia política em 1976, onde estava a "nata" da sociedade toda concentrada na política", segundo Lobo Xavier. Interessante perceber que nessa altura e no tempo em que foi deputado à Assembleia da República (1983 a 1994), não existia um sistema de faltas como o de hoje, apenas assumia-se a assinava-se um compromisso de honra, porque as pessoas serviam o país. Antes, a política fazia parte do dia-a-dia das pessoas, e quase todas pessoas tinham partido, e, hoje, isso mudou e perdeu-se o brilho e a paixão pela política, mas esta continua a ser a forma de podermos mudar algo.
Foi importante cruzar opiniões. Lembro, por exemplo, que a nível local, temos ideias similares, onde também entendo que as estruturas partidárias não devem abranger um leque de poder que reside cada vez mais nos poderes centrais. Como me disse: "Há quem defenda termos um general e o resto pelo país uma cambada de soldados, o que não é bom nem saudável, como defende, por exemplo, Paulo Portas e Mário Soares em ambos os seus partidos". Acho que este deve ser um dos pontos mais importantes de reflexão dentro dos partidos (a questão da implementação local e da descentralização de poder dentro dos partidos).
Num ambiente informal e acolhedor, numa espécie de "quadratura", é importante perceber e concluir que a política continua e certamente continuará a ser uma das formas de podermos mudar algo na sociedade, e, ainda pode valer a pena "perder tempo" com a política.
sábado, 23 de novembro de 2013
John F. Kennedy
John F. Kennedy: "Não perguntes o que o país pode fazer por ti, pergunta o que tu podes fazer pelo país".
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Virgin Atlantic
Mais uma vez, Richard Branson faz aquilo que irrita qualquer teórico de negócios: altera a forma de fazer as coisas. É isto que faz dele um dos maiores homens de negócios de todos os tempos, que criou, cria e continua a criar um império através da exploração das falhas e lacunas dos seus concorrentes. O que vale num negócio? As pessoas. O que o distingue dos outros? Basta lembrar quando enfrentou em tribunal uma das maiores companhias aéreas do mundo: American Airlines e, a qual venceu e teve de lhe pagar uma indemnização de milhares de euros. O que ele fez? Dividiu-a por todos os seus trabalhadores, e isso fez e continua a fazer dele uma pessoa que faz a diferença. Nesse momento a American Airlines ofereceu o triplo de salários a alguns dos directores executivos da virgin e qual foi a resposta desses directores? A resposta foi: "nem por nada deste mundo deixaremos a Virgin".
Desta vez, o que pensou? Que ao viajarmos, antes de começar qualquer voo, todos assistimos às regras de segurança, e algo podia ser feito aí de diferente, e fê-lo, com um vídeo das pessoas explicando as regras, mas cantando e dançando. Fantástico.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Blatter
Fiquei surpreendido, mas a partir do momento que tomei conhecimento de que o Senhor Blatter é portador de anomalia psíquica grave as coisas e opinião modificaram. Acho que devem ser tomadas as diligências para afastar ou ajudar clinicamente este senhor,ou seja, através uma acção de interdição do cargo por anomalia psíquica ou recorrendo a internamento compulsivo, visto não estar em condições mentais para exercer o seu cargo, depois das declarações proferidas sobre o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo.
sábado, 26 de outubro de 2013
Cortes
Onde estão esses "patifes" ? Quem são esses "patifes"? Afinal existem "patifes" ?
Criou-se a ideia que na função pública só existem "patifes" e que são todos uma "cambada de malandros" e merecem ser cortados por todos os lados, sem olhar a quem e sem dó nem piedade. Foi ainda há poucos dias que uma pessoa amiga me dizia: "acho muito bem, por exemplo, aumentarem o horário para 40 horas, porque eles não são diferentes e nunca trabalharam", o que não pude obviamente concordar com tal disparate, mesmo gostando dela.
Primeiramente, peço desculpa, mas digo, porque é verdade: existem pessoas fantásticas a trabalhar na função pública. E no privado não existe? Sim existe, mas aí é consensual, e infelizmente quando o discurso se torna obsuleto ou tendencioso, sem conteúdo substancial valorativo na argumentação, tudo cai por água abaixo. Eu sempre achei e continuo achar que a função púlica precisa de uma verdadeira reforma, mas a sério. Quem não acha? Mas a reforma passa pelo aumento do horário de trabalho e pela redução de salários? Não me convencem e deixam-me a pensar que estão a piorar e agravar a situação, e adiar aquilo que um dia será inevitável: reforma do Estado. Já escrevi que não concordo com as 40 horas semanais, acho de uma forma simpática, uma medida infeliz e desconexa da realidade. E porquê cortar em pessoas que ganham acima de 600 euros, ou seja, 700, 800, 900 euros? Mesmo que seja progressivo, e que vá aumentando à medida que vá sendo maior o salário, é lamentável assistir a tais cortes num país que já por si vende salários miseráveis. Custa-me menos, mesmo que seja imoral (argumentação usada pelas pessoas reformadas que sempre descontaram) que cortem a quem já não esteja no activo, com reformas acima de 2000 euros, por exemplo, do que cortem a quem esteja no activo e receba 700 euros.
Em segundo, espero que as pessoas consigam perceber que dividir o país em privado e público será uma consequência reflectida a longo prazo, que não deixará o país avançar, uma vez que, hoje ataca-se o público e amanhã haverá represálias contra o privado, por quem vier a seguir governar, ou até de outras formas. Neste momento, quando o país mais precisava de equilíbrio e adequação nos cortes, assistimos a cortes cegos em salários baixos e que atingem o mínimo de dignidade social.
Em terceiro, dou o meu exemplo, onde no privado, sinto e é notório que existe um sentimento contra a função pública, que são todos uns "malandrecos". Mas aprendi que basta haver um trabalhador honesto e sério para merecer o meu respeito e adequação no discurso. Podem ser poucos ou menos que no privado, não interessa, o facto de existirem pessoas sérias (que existem) na função pública devem merecer o nosso respeito de todos e não a divisão.
Por último, ultrapassada a questão do respeito, existe a questão da reforma, onde encaixa muita vezes o discurso dos "malandros" (aqueles que vagueiam pelas autarquias como acessores sem ninguém lhes conhecer a face, apenas os terem visto nos comícios), porque, por exemplo, quando criaram-se empresas municipais, chega o momento de questionar: são necessárias ? Quais os recursos necessários? Onde está a fiscalização? Quais as consequências ao nível de responsabilização dos gestores e presidentes de câmara que acumulam funções? Até onde deve ir o livre arbítrio na nomeação autárquica? Como poder controlar os orçamentos, mesmo havendo descentralização e autonomia económica? Como deve ser feita avaliação interna?
Tudo pode ser feito, mas há uma coisa que deve existir: um olhar atento, porque amanhã pode ser tarde ao acordar e ver que tantos cortes acabaram por rasgar e estragar, em vez de remendar. Afinal não existem "patifes", existem pessoas, seja no privado seja no público, e, em ambos, existem bons e maus profissionais.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Rescaldo
Tudo foi diferente ou tudo ficou igual?
No princípio, e se as vitórias ou derrotas se fizessem e contabilizassem pelo número de cartazes e outdoors que encheram as cidades, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas se contabilizassem pelos apoios monetários a este ou aquele candidato ou pelo número de figuras públicas que apoiassem esta ou aquela candidatura, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas dependessem do número de sms enviadas para os militantes ou simples anónimos, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas dependessem do aparecimento de candidatos "comprados" por outros candidatos, tudo podia ser diferente. Se as vitórias ou derrotas dependessem da escolha de x ou y pelo partido político, tudo podia ser diferente. Mas afinal o que foi diferente?
Simples: porque quem decide são as pessoas. E há uma de duas coisas a fazer: ou ignorar as péssimas escolhas de candidatos feitas pelos partidos políticos, ou seja, ignorar o óbvio, ou, aprender com os erros e perceber que tanto PS como PSD fizeram péssimas escolhas de candidatos às autárquicas, sendo que o PSD foi, talvez, aquele que mais escolhas desconexas e infelizes provocou, tendo merecido tal resultado, essencialmente e visível no Porto, onde escolheu um candidato que, desprezou as pessoas, e, pensou que a vitória era um dado adquirido, o que revelou ser uma tragédia no final. O que isto nos revela? Que os partidos políticos estão inundados de gente pouco credível, aparelhística, e redundante e avessa à mudança, mas que, terá de a fazer, seja a bem ou a mal, porque a realidade vai obrigar ao paradigma.
A mudança ou é feita a curto prazo, ou, os partidos correm o risco de deixarem de ter um peso político como sempre tiverem nas eleições autárquicas, e, deixarem espaço para o surgimento de alternativas ao fracasso das suas escolhas, como são exemplo as candidaturas independentes.
No fim, penso que são cada vez mais os sítios onde ganham as pessoas, os cidadãos e só espero que no futuro continue a crescer o número de pessoas que vota na pessoa e não no partido x, y ou c. Dou o exemplo do Porto, onde maior parte das pessoas do PSD (maioria) não votou Menezes, o candidato apresentado pelo partido. E aqui , respeito mas discordo de Marcelo Rebelo de Sousa, não achando que quem não apoie o candidato deva ser excluído do partido.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Autárquicas 2013
O marco e o que ficará na historia destas eleições para reflexão será o fenómeno dos independentes, que merece uma profunda e séria reflexão. Urge questionar: porque razão um independente consegue mais votos que outro candidato apoiado por um partido politico? E porque razão os partidos, ao invés de apoiarem candidaturas com valor, decidem fazer das autárquicas um terreno unicamente de sua posse, onde mais uma vez, internamente, colocam os seus soldados, em detrimento de outros soldados, representantes de oposição interna, abrindo guerra dentro da sua própria casa?
Primeiramente, e um dos maiores erros que esta a ser cometido pelos partidos é facto de pensarem que o terreno das autárquicas lhes pertence, mas enganam-se, não é de ninguém, aliás, sim tem um dono: o povo. Como dizia Ronald Reagan: "este é um cargo de custodia temporária, que vos pertence". Os partidos devem rever o seu papel, as suas gentes, e pensar qual a razão de tais fenómenos, que eles não surgem nem aparecem por mero acaso, são fruto da decadência e de um aproveitamento inteligente do fracasso de um sistema partidário. Se olharmos para os partidos políticos, estes continuam a fazer tudo como se nada passasse, desde a forma como colocam as pessoas nos lugares até á forma de fazer campanha, tudo se torna e fica igual, oferecendo uma margem cada vez maior áqueles que queiram e tencionem aproveitar o rasto que estes deixam, e, isto pode se tornar uma coisa séria, se nada for feito nas fileiras partidárias. O problema resolve-se com as pessoas, porque tais fenómenos surgem não por oposição aos partidos, mas sim ás pessoas que os governam.
Dentro do fenómeno dos independentes, temos um dos casos que seguramente ficará registado na historia: candidatura de Rui Moreira á Câmara Municipal do Porto. Aqui, é um dos casos em que os partidos políticos colocaram-se a jeito e deixaram a tal "margem" que falei acima para outras formas de cidadania aparecerem, e crescerem sobre aproveitamento do fracasso partidário. Nesta cidade, o PSD apresenta Luís Filipe Menezes, que entre as propostas apresentadas e que estou a ouvir em directo, pretende prometer este mundo e o outro, entre elas fazer do Bolhão as Ramblas de Barcelona. Como diz Rui Rio: "Menezes vai destruir tudo o que foi feito se for eleito". Rui Rio é apenas uma das maiores figuras actuais do PSD, e o partido ouvio-o? Claramente que não, deixando ainda margem maior para os tais fenómenos. Como é possível um partido apresentar um candidato a uma cidade governada há anos pelo PSD, sem consultar a pessoa que esteve a frente da autarquia ao longo de 12 anos? Lembro-me que em 2002, quando Rui Rio foi eleito, ninguém imaginava tal vitoria, e se me perguntarem quem acha que vai ganhar no porto, eu respondo: eu acredito que Rui Moreira vencerá, porque as gentes do porto são pessoas inteligentes e vão olhar para a pessoa, não para o partido.
Por ultimo, o fenómeno dos candidatos que se candidatam sem o apoio do seu partido, porque desta vez o escolhido é x ou y, porque os sargentos mudaram, e quando mudam os sargentos, quase sempre, á remodelação no quartel. Mas aqui, mais uma vez, os partidos quebram com pessoas, algumas de valor, em detrimento dos seus camaradas. Lógico que qualquer pessoa coloca os seus, mas devia haver mais cuidado nas escolhas, porque é penoso assistir a algumas escolhas, como, por exemplo a de Carlos Abreu Amorim em Gaia. Gaia é um dos casos em que o partido PSD não apoiou Guilherme Aguiar, para apoiar um dos piores candidatos autárquicos, Carlos Abreu Amorim. Também no PS, temos o caso de Matosinhos, em que Guilherme Pinto surge como independente, e, muito provavelmente, vai ganhar as eleições. Aqui, Seguro fez as seus escolhas, e pensou como pensa uma grande maioria dos políticos: quem manda é o aparelho partidário. Talvez algumas derrotas façam estes lideres repensar na forma de fazer as suas escolhas e de estar na politica. Caso não o façam, a margem fica deixada, o caminho aberto para tais fenómenos crescerem, alastrarem-se e estabelecerem-se em território nacional como uma forma de fazer politica.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Nunca perceberemos mesmo pelo que passaram todos vocês
Forest Whitaker, in "O Mordomo"
Ao ver o filme "O mordomo", mais que um filme, eu lembrei-me da luta de um povo. Lembrar Martin Luther King é lembrar um ícone, uma pessoa que com pouco fez a diferença, a pessoa que no discurso de um tempo, disse uma coisa tão simples como : "I have a dream", o sonho de que um negro e um branco possam ser vistos da mesma forma, tenham os mesmo direitos enquanto pessoas, e a sua luta resultou na aprovação da lei dos direitos civis e eleitorais, em 1964 e 1965. São pessoas como Martin Luther King que fazem renascer uma nação, levantar um povo, orgulhar-se de um país.
Há uma coisa que está escrita na década de 60 e jamais poderá ser apagada: o pessoal doméstico negro teve um papel decisivo na história dos E.U.A, porque mostraram que, mesmo a servir, merecem o respeito e os mesmos direitos que qualquer outra pessoa, demonstraram que quando se tem um sonho, deve-se lutar por ele até aos fins dos nossos dias.
É um período que jamais será esquecido na história e perguntamos sempre: porque tentaram parar John F. Kennedy ? Quem tentou, matou o homem, mas não conseguiu matar o seus ensinamentos e aquilo que nos deixou, ficou o seu legado. A proposta que se tornou lei em 1964 sobre direitos civis deve-se a ele e a tudo pelo que tentou mudar, porque existem os partidos e depois, acima destes, existe uma coisa acessível apenas a algumas pessoas: a capacidade de mudança.
Como dizia Abraham Lincoln, (também assassinado em 1985, quando era presidente dos E.U.A.) - pessoa que sabe bem o significado da luta - : "o campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer".
É possível conhecermos todas as histórias, saber o que se passou, conhecer as pessoas, reconhecer o esforço que sentimos, o vosso trabalho, o respeito, a admiração, mas nunca perceberemos mesmo pelo que passaram todos vocês.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Síria
Vítimas Guerra Civil Síria
A guerra civil na Síria sabemos que começou em 2011, mas quando cessará? E apenas começou em 2011?
Oficialmente e formalmente, pode dizer-se que começou apenas em 2011, momento em que o Governo de Bashar Al-Assad deu ordens para dissipar todos aqueles que fossem seus opositores, fazendo fé do seu poder autoritário, que faz dele a personagem do regime desde do ano 2000, após morte do seu pai, que governou aquele país desde da década de 70.
Neste momento, é difícil percebermos o que se passa realmente na Síria (mas não podemos esquecer que foi um dos países que em 1997 não aderiu à convenção que baniu o uso de armas químicas), sobretudo quanto ao uso de armas químicas ou não pelo regime, mas de uma coisa temos certeza: morrem diariamente milhares de inocentes, fruto de uma política genocida.
A comunidade internacional está e estará sempre dividida, porque vive de relações de poder, e sabe-se que do lado de Damasco está a Rússia e a China, que vetarão qualquer intervenção estrangeira na Síria, e do outro lado, estão os E.U.A, Reino Unido e França, sobretudo os países do Ocidente. Mas poderá abrir-se uma caixa de pandora num possível atacar sem autorização do conselho de segurança, principalmente com a Rússia. Não obstante, se nada for feito, os E.U.A. perdem poder e rosto. E volta a velha questão: queremos ser complacentes com políticas como a do regime Sírio ou queremos aproveitar a situação para fazer cair Bashar Al-Assad?
Não há muitas dúvidas de que um eventual ataque enfraquecerá o regime e abrirá portas para uma transicção de poder, a questão é saber se o ataque levará a Síria a negociar e aceitar um processo político de transicção com bons olhos. E será que um ataque ocidental resolve a crise na Síria ?
Dúvidas ilimitadas num tempo que não pode ser o da estagnação, porque por cada dia de estagnação morrem milhares de inocentes, mas a acção imediata pode também ser o barril de pólvora por que muitos extremistas anseiam no médio oriente, embora pareça quase inevitável, uma vez que 3 dos membros permanentes do conselho de segurança da ONU (Reino Unido, França e E.U.A) estão de acordo num possível ataque cirúrgico na Síria.
Algo terá de ser feito.
Dúvidas ilimitadas num tempo que não pode ser o da estagnação, porque por cada dia de estagnação morrem milhares de inocentes, mas a acção imediata pode também ser o barril de pólvora por que muitos extremistas anseiam no médio oriente, embora pareça quase inevitável, uma vez que 3 dos membros permanentes do conselho de segurança da ONU (Reino Unido, França e E.U.A) estão de acordo num possível ataque cirúrgico na Síria.
Algo terá de ser feito.
domingo, 18 de agosto de 2013
1º Interrogatório judicial de Lorenzo Carvalho
O que aqui escrevo é por ser português. Sinto essa necessidade, porque gosto demais deste nosso país, depois da entrevista de Judite de Sousa na Tvi a Lorenzo Carvalho (ver em http://www.youtube.com/watch?v=704uGhswYwU).
Depois de assistir a esta entrevista, questiono apenas: o que foi isto ?
Tudo foi, tudo se passou, menos uma entrevista. Talvez tenha sido um processo inquisitório, em que uma jornalista vigiou, perseguiu e em público condenou as práticas de uma pessoa. O país assistiu a alguém, neste caso uma jornalista, chamar um jovem, como poderia ser qualquer outra pessoa, e inquiri-lo como se de um 1º interrogatório judicial de arguido detido se tratasse. Sim, afinal talvez tenha sido mesmo um interrogatório judicial em audiência pública, perante um país.
Eu quero acreditar que este foi um momento menos bom de Judite de Sousa, um dia em que o sol não brilhou na sua casa. Quero acreditar que a mesma já percebeu e arrependeu-se de tal acto, que reza e representa outro tempo da nossa história que ficou marcado, mas felizmente foi ultrapassado e vencido.
Hoje, é bom viver num país onde qualquer pessoa é livre e faz o que quer e bem lhe apetece com o seu dinheiro, dentro da legalidade. O que fez Lorenzo Carvalho podia ter sido qualquer outra pessoa a fazer, e todos os dias existem pessoas em diferentes países que fazem coisas semelhantes e mais extravagantes e onde está o mal?
Vamos acreditar que isto não se volta a repetir, e que uma pessoa possa gastar 3 milhões numa festa e o país respeitar e perceber que isso deve ser visto com bons olhos. Quem quiser ou não estiver bem, que recorra aos tribunais, e expresse suas razões de facto e de direito. Isto porque em tribunal vê-se de tudo. Até já houve quem mete-se uma acção contra o diabo, portanto, nada seria de admirar.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Mais do mesmo
Robert Mugabe
Crescimento das relações entre Zimbabwe e China
Outrora Rodésia do Sul, hoje Zimbabwe, falamos de uma nação que se tornou independente em 1980 e vê-se agora dividida entre o retrocesso ou o progresso, mas os sinais são, no mínimo, perigosos.
Em voga, e na ribalta, estão as recentes declarações do seu presidente, Robert Mugabe, que depois da vitória nas eleições presidenciais de 31 de Julho, disse aos seus opositores: "Enforquem-se. Podem se suicidar se quiseram. Mesmo que morram, nem os cães irão comer a vossa carne. Iremos servir-lhes a democracia num prato". Este é Robert Mugabe, para quem ficou surpreendido com tais declarações, não o conhece. É o mesmo que em 1986 tomou medidas para reprimir os lugares ocupados pelos brancos na assembleia do seu país, mais tarde expropriou-se das suas terras, através da dita reforma agrária.
É confuso se olharmos para o plano internacional, porque de um lado estão os E.U.A. e do outro está a China que tem vindo a crescer e acentuar as suas relações económicas com Zimbabwe, e, mais se torna, se olharmos para a Europa. Não podemos esquecer que este foi o mesmo que, em 2007, foi recebido com honras de Estado em Portugal, na cimeira U.E-África, e que continua no poder com complacência europeia ou a Europa já tem uma posição vinculativa?
Só há uma posição possível: censura ao regime.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Joaquim Pais Jorge: bastava um memofante
Esta é a história de um Senhor que foi nomeado para Secretário de Estado do Tesouro do Governo de Portugal, para negociar os contratos "swaps" que o mesmo outrora negociou com o Estado, enquanto director do Citibank (mas que não se lembra) e que se viu na derrapagem e no buraco que os portugueses vão ter de pagar. Não fosse isto conflito de interesses, e dizia-se que é preciso ter um descaramento e uma falta de ética e sentido de Estado impressionante. Mas vão mandar o Sr. Joaquim Pais Jorge embora? Acho que pode ser exagerado. A meu ver, tudo isto se resolveria com uma boa dose de memofante e teríamos um secretario de Estado com memória de elefante, e jamais se esqueceria das três vezes que esteve em São Bento.
domingo, 14 de julho de 2013
Gram Vikas
Decidi partilhar aqui o exemplo de Gram Vikas, que para mim representa a forma fantástica como ajudou o seu povo, as suas pessoas, percebendo o que elas necessitavam. No vídeo que partilho aqui com vocês vê-se que Gram Vikas detectou que existia um problema: água contaminada. As suas gentes viviam com menos um dólar por dia e 75% das pessoas estavam contaminadas.
Quando era pequeno, um dia virou-se para seu pai e perguntou: "pai porque é que aquelas pessoas morrem todas contaminadas?". O pai disse-lhe que era assim e para deixar estar, mas Vikas não se resignou e percebeu que era preciso mudar a mentalidade, a educação das pessoas. A água ficava contaminada porque como não tinham sanitários na aldeia, as pessoas faziam as suas necessidades no rio e contaminavam as águas. É importante frisar que antes de Gram Vikas mudar a vida destas pessoas, o Governo tentou fazê-lo, tendo postos 2 casas de banho na aldeia. Sabem o que aconteceu? As pessoas iam às casas de banho e bebiam a água das sanitas, ou seja, não resolveram o problema, porque os problemas resolvem-se juntos das pessoas, percebendo-as e educando-as.
A água contaminada provocava doenças, que matavam milhares de pessoas e fazia com que aquelas pessoas vivessem pouco tempo, algumas nem chegavam à idade adulta. O que fez o governo foi não atacar o problema, foi fazer o contrário de Gram Vikas. Gram Vikas começou falar com as pessoas, nomeou um líder local que explicasse as coisas às suas gentes e aos poucos foi sendo compreendido na comunidade e aproveitou os recursos da aldeia para juntos construirem e mudarem aquela aldeia.
As pessoas na aldeia iam buscar água a um poço que ficava a alguns quilometros da aldeia e com o problema da água contaminada, depois de conseguir explicar às pessoas como se faz, Vikas mudou mentalidades e melhorou significamente e para sempre a vida daquelas pessoas, passando haver água potável. Porque razão o Governo não resolveu o problema e Gram Vikas resolveu?
A resposta é que o Governo não trabalhou as pessoas e Gram Vikas trabalhou e preocupou-se com as pessoas, foi sempre a sua primeira preocupação, porque percebeu que só resolveria o problema se mudasse os hábitos, educasse e explicasse às pessoas aquilo que o Governo não fez.
Simplesmente fantástico o exemplo do nosso Gram Vikas, de quem ensina como fazer e resolver o problema das pessoas. Não podia estar mais de acordo e lembro-me de quando estive em África, quando trabalhei com crianças e adolescentes de rua, e a câmara municipal para resolver o problema das crianças dava dinheiro a uma associação para lhe dar comida e elas pegavam na comida, vendiam e consumiam droga e isto era um ciclo alimentado anos e anos, porque não atacaram o problema. Nós resolvemos o problema porque fomos falar com as crianças, juntamo-nos a elas, e juntos criamos uma escola onde tentamos educá-las, valoriza-las e integra-las na comunidade.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Momento Cavaco Silva
Por vezes, a melhor forma de tentar perceber este país é questionar: porquê só agora ?
O Presidente da República fez-me lembrar aquela pessoa que vai a um restaurante e pede um prato de valor elevado, e, não conseguindo pagar, no fim fica a lavar pratos, ou seja, arriscou como aqueles que em outrora arriscaram quando assinaram os famigerados contratos swaps. Foram muitas as reuniões com os partidos políticos durante este tempo, muitas foram as reuniões do Conselho de Estado, muitas foram as reuniões com os empresários, porquê só agora? Mas será que alguém acredita que o PS (que tem uma posição firme desde há muito tempo) vai aceitar coligar-se num governo de salvação nacional com PSD e CDS? O mais provável é o PS ausentar-se de um governo de salvação nacional (porque o seu líder infelizmente só vê eleições à frente, embora haja internamente outras pessoas com mais valor como António Costa), o CDS recusar governar nas mesmas condições que anteriormente existiam e o PSD dificilmente aguentará este governo pelo menos com os mesmos protagonistas. Acho que a ideia de um governo de salvação nacional é boa, mas não nesta fase, em que os comandos e os fuzileiros de ambos os partidos políticos já estão no terreno a disputar guerras internas e não existe diálogo, daí entender que com estes líderes políticos actuais, principalmente PSD e PS será quase impossível um governo desse tipo. Talvez com outro tipo de liderança ou protagonistas seja possível aplicar esta ideia, porque assim neste quadro actual é inexequível. Há quem diga que os políticos têm de ser responsáveis e entenderem-se, e acho que a maioria das pessoas pensa dessa forma, mas entre a teoria e a prática existe uma linha que os separa, e, pensar que vai haver essa responsabilização fica à observação de cada um, olhem para o que se tem vindo a suceder.
Com este quadro político, o que poderá acontecer é estes sujarem os pratos, ou seja, rejeitarem, e aí terá de ser o presidente a lavar esses mesmo pratos sujos perante o país. E chegados a este ponto, coloca-se a questão: que independente pode assumir o país ? Não podemos esquecer o exemplo de Itália, onde o Sr. Monti nas últimas eleições conseguiu 10% dos votos, o que diz muito da opinião pública a respeito desse cenário. Mas, por outro lado, estamos em Portugal e pode ser que não se suceda da mesma forma, mas é um risco.
terça-feira, 9 de julho de 2013
(De)missão Paulo Portas
A pergunta que faço: foi uma demissão de Paulo Portas ou por trás disto, havia uma missão?
Começando pelo acto de demissão, e, embora simpatize com a pessoa em questão, acho que foi talvez dos piores momentos, senão mesmo o pior momento de Paulo Portas na vida política, porque escolheu mal o timing, entrou em contradição com o que tinha dito 15 dias antes ("pelo interesse nacional faremos tudo"), não consultou o partido e pôs em risco um país que vive dependente do que os outros vêem, e aquilo que se viu foi uma "zanga política".
O acto de demissão, segundo a comunicação social, deveu-se à escolha da ministra das finanças Maria Luís Albuquerque. Aqui, se tal informação foi verdade, o PSD agiu mal (inclusivé o Presidente da República) porque deviam ter consultado o parceiro de coligação, não estivessemos nós a falar de uma pasta decisiva para o país, mas não é motivo para abrir guerra a nível nacional, uma vez que o CDS definiu as condições em que aceitou fazer coligação, e se algo foi quebrado, só tinha de explicar e tornar público os factos, mas o que, mais uma vez o país assistiu, foi a uma espécie de ocultação de informação, que leva as pessoas a pensar que tudo isto foi um triste espectáculo. E Paulo Portas não soube usar a habilidade e inteligência que tanto o caracteriza, porque se o fizesse e falasse para as pessoas, talvez evitasse o caos político.
Mas, este acto de demissão, que agora voltou a ser de reintegração, resolveu o problema?
O CDS no governo também tem um grave problema de comunicação, espelhado neste momento de demissão e posterior reintegração. Quem assistiu a isto visto de fora pensa o seguinte: "olha pronto já resolveram o problema, mais uma pasta para este e outra para aquele e as coisas recompõem-se", ou seja, que esta zanga deveu-se a troca de lugares, a poder. Acho impressionante como é que ninguém explica às pessoas o que passa ou realmente passou, porque são elas que suportam as consequências destes actos. Mas, por outro lado e realçando esta crítica de falta de explicação e informação ao país, acho que Paulo Portas conseguiu cumprir a sua missão, colocar-se a vice primeiro-ministro e ter mais poder que o próprio primeiro-ministro.
Não tenho dúvidas que o governo pode sair mais reforçado com esta remodelação, mas tenho dúvidas sobre a continuidade estável desta relação, desta coligação.
sábado, 22 de junho de 2013
Polémica Funcionários Públicos
E tudo isto começou mal, e parece que não vai acabar bem.
Lembrar a forma como os funcionários públicos têm sido tratados é pôr a nu todo um tratamento e uma forma de comunicação e decisão política quase inexistente ou a existir, pouco inteligente, porque não se percebe a razão pela qual este tema tem sido tratado de uma forma tão leviana.
Tudo isto começou com o corte dos subsídios de férias e de natal em 2011 pelo Governo. Em 2012, o Tribunal Constitucional chumbou o corte de ambos os subsídios. Perante isto, o Governo repôs um subsídio e continuo a cortar o outro, ou seja, em 2013, mais uma vez, a decisão do tribunal constitucional foi no mesmo sentido que a anterior, chumbando o corte no subsídio de férias. Então o que se fez? Pagou-se em duodécimos o subsídio de Natal, e, depois da decisão do tribunal constitucional, esse pagamento passou a ser do subsídio de férias, e assim em Junho (ou Novembro) só se pagará metade. Mas, uma coisa, as pessoas perceberam isso ? Porque razão se quer pagar em Novembro e não em Junho? (têm consciência que várias autarquias e outros institutos já pagaram e bem aos seus funcionários?).
A questão dos duodécimos não pode ser equiparada a meio subsídio, porque na verdade, esse subsídio que estava a ser pago não era o subsídio de férias, mas sim o subsídio de natal, e nunca outra coisa foi explicada, e o subsídio de férias tinha sido cortado antes da decisão do tribunal constitucional.
Depois disto, estão a ser pensadas medidas aplicar à função pública, como, por exemplo, o aumento do número de horas de trabalho semanal. Sou contra esta medida em específico, até prova em contrário, ou seja, se me conseguirem provar que a produtividade depende do número de horas de trabalho? Uma pessoa em 3 horas pode fazer mais que outra em 10 horas. Ainda recentemente numa sociedade de advogados um director da mesma virou-se para um estagiário e disse: "você fez mais em 2 meses do que muita gente aqui em 2 anos", o que comprova que a produtividade não depende do aumento do horário de trabalho, aliás isso pode influenciar negativamente a produtividade. Mais uma vez, pergunto: será que vamos voltar a regredir no tempo, e voltar a ter "operários" infelizes no trabalho e fechados 8 horas num "open space" a contar o tempo até que chegue a hora de porem-se andar dali ?
Não consigo perceber porque razão este Governo trata os funcionários públicos desta forma e mais grave ainda, não lhes explica as medidas, quando na verdade são seus e também "nossa gente" e em vez de os avocar a si e tratá-los, decide afastá-los e discriminá-los, o que me parece pouco inteligente, possível mas cada vez mais limitado no tempo. Percebo que algo tem de ser feito, mas se o objectivo é pensar num futuro melhor para o país e para os funcionários públicos (que até agora tem sido em sentido contrário) pense-se numa séria reforma do estado com pés e cabeça e que trate com respeito tudo e todos.
domingo, 9 de junho de 2013
Lição de vida
Uma grande entrevista com Santana Lopes, que nos diz: "Quando era Primeiro-Ministro toda a gente me ligava e o telemovel nao parava de tocar. Quando deixei o cargo, nem me atendiam o telemovel". Uma lição de vida de quem, muitas vezes, foi injustiçado na politica, mas sempre soube fazer desta um sitio onde se trabalhava para as pessoas. E continua a sua missao, agora na Santa Casa da Misericordia de Lisboa.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
(Des)Ordem dos Advogados
A guerra continua e parece não ter fim, devido ao facto de a Ordem dos Advogados ser governada por alguém que já demonstrou que é incapaz de dignificar o cargo e todos que o representam. Por vezes, parece que não estamos em Portugal, num país democrático, quando vemos uma classe de gente que vota e elege o Dr. Marinho Pinto para bastonário da ordem dos advogados.
Desta vez, aqueles estagiários que o bastonário chama de "compradores de licenciatura" conseguiram fazer vingar a lei e com que o tribunal julgasse conforme a mesma e decretasse a suspensão dos exames de aferição em estágio na ordem, uma vez que a lei obriga apenas a ter a licenciatura para aceder à profissão de advocacia(http://www.publico.pt/sociedade/noticia/tribunal-suspende-realizacao-de-exames-de-acesso-a-advocacia-1596311).
Para tentarmos perceber as razões da ordem dos advogados, temos de recuar um bocado no tempo. Eu quando entrei na Universidade Católica Portuguesa para tirar o curso de direito no meu tempo, fui à procura de um sonho e ninguém me perguntou se queria fazer o curso segundo o regime pré-bolonha ou o regime de bolonha, ou seja, fui obrigado a ter de fazer segundo bolonha, não tive liberdade de escolha. Quanto a mim, não tendo liberdade de escolha e entendendo que tal é requisito essencial para se poder criticar ou fazer diferença entre "licenciados", não tendo havido isso, caí as palavras contra aqueles que se licenciaram segundo o processo de bolonha. Parece-me que o argumento da ordem em afirmar que os licenciados de bolonha não estão preparados, compram os cursos e não sabem nada da área é um bocado inconsequente, injustificado e procura nos "advogados estagiários" um "bode expiatório" para levar avante as suas políticas não democráticas e retrogradas num tempo que é o nosso, que deve ser o do progresso, e parece mais o do retrocesso.
Mas, se verificarmos a reacção do bastonário, e tentarmos perceber qual a sua finalidade, tudo se torna mais inteligível e claro. Ontem, no programa "Justiça Cega" na rtpn, pediu-se que o mesmo comentasse, em termos substanciais a decisão do tribunal e qual a resposta do mesmo: "A comunicação social em Portugal é uma vergonha, em específico o jornal público que me está sempre atacar" (palavras do bastonário), ou seja, façamos um refresh da justificação para suas decisões e percebemos que não existe justificação, mas sim ataque a todos aqueles que dizem ou afirmam algo, sem antes o consultar, e desta vez foi o jornal público, que diga-se, ao contrário do que este Senhor diz, é um jornal de referência a nível nacional.
Relativamente à questão de os licenciados de bolonha não estarem preparados, eu pergunto: para que servem a formações da ordem dos advogados? são estas formações que ensinam os licenciados a estarem preparados para o exercício da profissão? Obviamente que tudo isto é, mais uma vez, show off do bastonário, que gosta disto e de todo o "rock" que envolve o cargo de ser bastonário. Um advogado estagiário aprende mais a dormir do que ao assistir a uma formação da ordem dos advogados, que diga-se, escolhida a dedo por aquele que se diz contra os "tachos", contra os "interesses paralelos", contra os "padrinhos", mas que na verdade, faz igual ou ainda pior, ou não houvesse já quem tivesse perguntado nas formações: "estou na festa do avante e ninguém me dizia" (devido ao grande número de formadores comunistas colocados por este bastonário) ?
Quando vejo alguém que tenta impedir o progresso de quem amanhã é o futuro, só posso acreditar que isso terá o seu fim, e mesmo que percamos uma ou outra batalha, ganharemos a guerra, porque usaremos a inteligência, a educação, os valores, a ética para fazer valer os nossos direitos, e será reposta a classe que toda a gente sempre respeitou e aprendeu a respeitar ao longo do tempo e da história.
Mas é importante deixar claro que, enquanto não mudar o homem, também não mudará a classe.
domingo, 26 de maio de 2013
Carta Aberta ao Governo
Num momento em que o Estado necessita de traçar prioridades, seria bom que o Porto não ficasse excluído dessas prioridades. Esta carta representa a vontade de todos aqueles que, após a lerem, percebem e compreendem que o Porto está a ser alvo de injustiças, e, por tudo isso, pede-se que haja mais respeito pelo Porto. Acreditamos que o Estado vai acabar por repôr o dinheiro que não paga desde 2009 à empresa Porto Vivo, RSU, e respeitar o Porto. Mais uma vez, o Estado que deveria ser o primeiro a dar o exemplo, não o faz, e isso tem repercussões terríveis na vida das empresas e das pessoas.
sábado, 25 de maio de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Grande Martim
O que, por exemplo, nos E.U.A é visto como uma coisa normal : inovar, infelizmente, em Portugal a cultura - embora a mudar - ainda está longe de uma mentalidade anglo saxónica. Importante perceber que exemplos como o Martim e tantos outros com 20, 30, 40, 50, 60, 70 anos surgem todos os dias nos E.U.A., que é o berço da inovação. Quando se ouve um jovem, mas até podia ser um idoso com 80 anos a criar algo e contribuir para o crescimento do país, isso deve ser motivo de orgulho. Mas claro, existem sempre pessoas que vão "deitar abaixo" ou criticar o que os outros fazem, mas como já dizia um grande senhor: "quando quiseres conhecer realmente uma pessoa ouve o que ela diz dos outros". Esta Senhora que critica o Martim neste vídeo e as empresas têxteis indirectamente, seria bom deslocar-se até ao terreno e conseguir perceber como muitos sobrevivem e tentam criar postos de trabalho.
É fácil criticar quem tenta fazer algo pela vida, quem tenta lutar, e são pessoas como esta Senhora que lutam pela paralização da sociedade, que lutam para que nada mude, que querem que os jovens tirem os cursos e arranjem um emprego sem ganhar um tostão (muitos vivem em plenas "escravaturas" de sociedade); que querem que não haja mudança porque a mudança implica novas mentalidades; ou seja, atingem um estatuto e um nível de vida, e, pensam (erradamente) que já podem falar com a arrogância e falta de humildade, porque do outro lado está um miúdo que tenta criar algo e na sua óptica tem é de ir estudar ou ir po desemprego, ou, ainda, ir trabalhar a custo zero.
Como diz Branson, com o qual concordo plenamente, nas escolas, seria útil introduzir cadeiras de "criação de negócios", qualquer coisa que tivesse a ver com inovar, criar, produzir, porque de certeza que muitos iriam perceber, desde cedo, o seu caminho. Branson num dos seus best sellers chega mesmo a propor que seria bom, introduzir campeonatos nas áreas dos negócios, disputado entre escolas, fomentado a mentalidade do típico comerciante ou produtor, que um dia chega à grande produção ou ao grande comércio.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Rita Pierson
Rita Pierson deve ser um exemplo para todas as pessoas que ambicionam ser professores, porque um grande professor não é aquele que rejeita um aluno que tira 2 valores numa escala de 0-20 valores (porque isso é fácil), mas sim aquele que pega nesse aluno e o motiva, o faz acreditar que no próximo exame vai tirar melhor e que ter 2 valores significa que já acertou alguma coisa, e que agora o caminho é melhorar e não piorar.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
TEDx
Aveiro 2013
Pela primeira vez, nas conferências TEDx em Aveiro e nada melhor que pensar que o amanhã será construído a partir daqui, com o optimismo e a esperança de quem acredita na força de estar aqui e poder fazer algo tão bom ou melhor que alguém que vive ali no 3ª andar de uma rua nos arredores da Lisboa e também há 40 anos construiu algo e conseguiu vencer. Isto porque para vencer basta pensarmos sempre acima do que achamos que conseguimos e lutar, lutar e lutar.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Paulo Portas
Talvez, sem muitas dúvidas, integre o elenco dos melhores políticos no activo na vida política em Portugal. As pessoas podem não gostar, mas estamos perante um político, na essência da palavra. Como, quer se goste ou não, José Sócrates também o é, por exemplo, embora possamos discordar ou concordar com as suas políticas. Ao contrário, e em sentido oposto, vejamos o exemplo de um fraco político, como António José Seguro e, num patamar mais elevado e sem comparação sequer a Seguro (porque este é mesmo muito fraco), mas mesmo assim muito longe de Portas e Sócrates, temos o exemplo de Passos Coelho.
Se olharmos para Vítor Gaspar, por exemplo, visualizamos uma nulidade em termos políticos, de quem não é sequer assumidamente político, mas está num cargo político e não sabe viver e perceber a política, que se faz essencialmente para as pessoas. Quando revelamos uma medida ao país, o que se deve fazer é explicá-la, e aí Paulo Portas entende e sabe falar para as pessoas, de uma forma responsável, directa e objectiva, coisa que surpreende o PSD ainda não se ter apercebido, nem aprendido.
No que concerne ao facto de estarmos perante um governo de coligação, pode ser "estranho" o facto de em termos formais dever ser o 1.º Ministro a explicar as medidas ao país, mas na realidade, em termos substanciais ser Paulo Portas a falar para as pessoas, a explicar o que se passa, a explicar o que aconteceu, a explicar medida a medida. Mas, por outro lado, mais vale haver alguém que consiga falar e explicar algo às pessoas - mesmo que esse alguém não seja Paulo Portas - do que continuar-se assistir ao surgimento de medidas que afectam a vida dos portugueses, sem nenhuma e qualquer justificação, o que não é correcto nem favorece o Governo.
Não se consegue perceber a razão pela qual este Governo ainda não tem um porta-voz, como tinha o PS, no tempo de José Sócrates, porque seria bom a nível nacional e a nível externo, e resolveria o problema político, que é o drama deste Governo.
Não se consegue perceber a razão pela qual este Governo ainda não tem um porta-voz, como tinha o PS, no tempo de José Sócrates, porque seria bom a nível nacional e a nível externo, e resolveria o problema político, que é o drama deste Governo.
sábado, 4 de maio de 2013
Marlon Correia
Acho que o sentimento de revolta é generalizado por todo o país, com especial sentimento entre os jovens que vivem este momento importante da academia - queima das fitas -, excepto por aqueles que cometeram tal "barbaridade" e, que sendo apanhados, devem ser severamente castigados, sem dó nem piedade. Há pouco mais que uns meros segundos, inscrevi-me num grupo no facebook que tem o nome de: "Queremos Justiça" a favor do Marlon, e, seria uma boa oportunidade para as pessoas pensarem um pouco e reflectir sobre a nossa justiça, sejam agentes da mesma, sejam apenas cidadãos comuns, porque o problema é um problema político.
Em Portugal continuamos a ter uma moldura penal com limite máximo penal de 25 anos, o que, quanto a mim, qualifico de um "mimo" para a maioria dos criminosos, e, com os fenómenos de criminalidade aumentar - e mesmo que tal não acontecesse - seria bom pensar se tal moldura penal para um homicídio, por exemplo, não deveria ser mais elevada, chegando ao limite de prisão prepétua ?
Baterei-me sempre, por pessoas como o Marlon, e tantos outros colegas, companheiros, amigos, que perdem a vida nestas situações, por uma justiça com penas mais pesadas e severas para estes tipos de crimes e que castigue e puna com severidade os seus autores.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Espanha
No âmbito de um trabalho de investigação em que estou, não posso deixar de registar a minha completa surpresa ao perceber que em Espanha não existe o mecanismo da "exoneração do passivo restante". Com excepção das pessoas do direito, toda a gente questiona o que é isso ? A "exoneração do passivo restante" é um mecanismo que surgiu em 2004 em Portugal no âmbito da insolvência, e, permite às pessoas singulares, que estejam em processo de insolvência (quando as pessoas estão incapazes de cumprir com as suas obrigações e as dívidas superam o património disponível), depois de liquidado seu património, estar durante 5 anos a entregar o seu rendimento para distribuir pelos credores, e, ao final desse período, verem extintos todos as suas dívidas e poderem recomeçar uma vida de novo, ou seja, um "fresh-start", e não serem perseguidos toda uma vida pelos credores, tendo sido essa a ideia do legislador. Num país que tem a maior taxa de desemprego da Europa, e o fenómeno do sobreendividamento (cada vez mais estudado) sobe a um ritmo incontrolável, o sistema está estagnado no combate a este fenómeno, mas isso parece-me ser uma questão de tempo, porque, ou Espanha adopta medidas de resposta a este fenómeno, que não têm obrigatoriamente que passar por este mecanismo, ou, pode alastrar-se tipo um polvo este fenómeno, e, chegar a um ponto perigoso, se nada for feito.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Até sempre Sousa Gomes
"Os óculos escuros eram só para esconder as lágrimas da emoção"
(Sousa Gomes)
(Sousa Gomes)
A vida são momentos, ensinamentos, alegrias, tristezas, mas acima de tudo um lugar onde devemos estar com aqueles de quem mais gostamos. Quem conheceu o Sousa Gomes (que tirou curso na católica ao mesmo tempo que também tirei, sendo que o tirou em regime pós-laboral mas eramos todos amigos e unidos) como eu tive oportunidade de conhecer, conheceu um lutador, que quando lhe foi diagnosticado um cancro nos pulmões, ainda durante a faculdade, nunca baixou os braços e virou a cara a luta. Infelizmente, não venceu a batalha, mas fica o exemplo entre nós e os amigos de quem tudo tentou para cá ficar. Ainda há pouco meses, lembro as palavras de amizade que me dirigiu e de elogio e guardarei-as. Em sua memória. Até sempre Sousa Gomes.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Margareth Tatcher
Ficou conhecida pela sua luta contra o projecto europeu de Schumann e a ideia de uma moeda única, pela luta contra a flexibilização das leis do divórcio, votou a favor do aborto, foi contra a restauração do castigo corporal com vara, contra a União Soviética, a favor da famigerada guerra das malvinas em 1982, a favor do ataque aéreo à Líbia em 1986, e marcou um tempo com as sucessivas privatizações de empresas estatais logo após a crise do petróleo de 1979. Sobreviveu a um ataque de bomba em 1984 - suspeitou-se terem sido republicanos irlandenses - e ficou conhecida pela guerra com os sindicatos, sendo que, nesse mesmo ano a história conta-nos a repressão em particular à greve organizada pelos mineiros britânicos.
Designada como "dama de ferro", assumida neo-liberal, liderou o Reino Unido durante 11 anos e foi um exemplo na política de valores, princípios e paixão, mesmo que discorde-se de alguns dos seus pensamentos. Como ainda hoje disse Paulo Rangel: "uma referência para todos que acreditam que a política é uma convicção". Eu acredito que pessoas como Margaret Thatcher esvanecem no tempo e deixam a saudade juntos daqueles que acreditam numa política de valores.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Sócrates, o filósofo
Foi na RTP1 que tivemos oportunidade de ver um novo José Sócrates, o filósofo. O ar pensativo e a forma como enfatizou as palavras e as qualificou no tempo, como por exemplo, na entrevista quando refere "é preciso dar lugar ao silêncio", ilustram que, a "filosofia" que em outrora o seu governo pôs na gaveta, tornando-a disciplina não obrigatória nas escolas secundárias, é agora utilizada nos comentários políticos sobre actualidade, na RTP.
Socrates regressou como o verdadeiro sofista, onde pretende fazer da RTP um canal das suas aparições públicas para atrair e convencer um povo, que, infelizmente, por vezes, tem memória curta e esquece o primeiro-ministro que conduziu Portugal ao desastre, para agora lembrar o novo filósofo, não o grego (que esse procurava o saber), mas o português, que emigrou para a França durante um ano e agora procura saber a razão de o país estar na situação em que está, procura perceber a razão de tudo isto, a essência das coisas, os porquês e a importância da sua pessoa no Governo de Portugal antes de ser filósofo.
Ainda é o começo, as obras são inexistentes, mas os discípulos são como os pardais, andam à solta e em bando, desde do Santos Silva ao Silva Pereira, e o António Costa, que inteligentemente, disse à opinião pública que achava mal o filosofo vir para comentador na RTP, mas na verdade António Costa só pode estar feliz e contente, e mente quando diz o contrário, porque se hoje está onde está é graças ao filósofo, e, se chegar mais longe, o papel de Sócrates será decisivo, porque é o líder da escola socrática, escola a quem António Costa deve tudo o que é hoje como político.
Mas urge questionar: quem inteligentemente trouxe o filosofo?
Miguel Relvas fez, talvez, a melhor jogada política desde que está no Governo, porque, com a vinda do filósofo, consegue o ataque a Cavaco Silva e toda a ala de oposição interna do PSD ao Governo e consegue embaraçar Seguro e todos os Zorrinhos que são oposição interna à escola socrática, embora, para segurar a opinião pública, tenham de sorrir para as càmaras e fingir que se adoram uns aos outros, como o Romeu adorava a sua Julieta.
sábado, 16 de março de 2013
Papa Francisco
Penso que estamos perante a pessoa de que necessitamos, o Papa Francisco. Num momento tão particular que atravessamos, acho que a prioridade deve ser focada naqueles que mais necessitam, e esse deve ser o papel da igreja, e, o pensamento em Francisco de Assis, que fez toda uma vida dedicada aos pobres, aos seus irmãos, foi um acto de completa generosidade a alguém que fez muito com muito pouco e mostrou e ensinou a saber estar com o outro. Conta-se a história de que, na altura, isto na década 20, que Francisco de Assis viu um leproso doente e com frio, e desceu do seu cavalo e cobriu-o com as suas próprias roupas, porque entendeu que devia partilhar com o outro, que estava mais necessitado do que ele.
Francisco de Assis deixou um legado que é pedra basilar para os cristãos, que sustenta o significado de ser e pertencer a esta família, de estar preparado para viver em comunhão com os outros, e já nesse tempo dizia e falava na pobreza interior, que se reflectia nas pessoas que viviam sob o individualismo e orgulho, porque chamava-lhes domínio sobre os outros.
Em suma, espero que as palavras de Francisco de Assis sejam o guião da vida e do papado do Papa Francisco: "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente estará fazendo o impossível" (Francisco de Assis).
IRS
Os números falam por si. Quando observamos que, no que se refere ao Imposto sobre Rendimento Pessoas Singulares (IRS), cerca de 80% das suas receitas advêm das categorias A (trabalho dependente) e categoria H (pensões), podemos ter uma ideia da dimensão da fraude e evasão fiscal existente em Portugal.
quarta-feira, 13 de março de 2013
Chávez
Hugo Chávez (1999 - 2013)
Porque razão 37,9% da população venezuelana vive abaixo do limiar da pobreza?
Falar de Hugo Chávez é, indiscutivelmente, pensar num ditador, que legitimamente - porque ganhou as eleições - acreditou nas suas convicções políticas de um socialismo radical, entre elas, o exemplo do investimento de 400 mil milhões nas zonas pobres do país, mal gerido e distribuído, porque ajudar um pobre não é apenas imprimir dinheiro e abandoná-lo, dinheiro suportado pelo petróleo, maior fonte de riqueza do país, que corresponde a 90% das suas exportações. A Venezuela é um país onde o poder está completamente centralizado, onde tudo está nacionalizado e os meios de comunicação controlados pelo poder, e, os juízes nomeados, por exemplo, para o Supremo Tribunal de Justiça eram seus aliados, e, caso contrariassem suas ideias ou ideais, da mesma forma como entraram rapidamente saiam. Numa entrevista que deu a Mário Soares, em 2008, que vale a pena ouvir, Chávez explica a forma como tencionava tornar a América do Sul e América Latina num estilo "Europa" (era o seu projecto, seu sonho de integração), e vinha trabalhando nesse sentido, sendo que, por exemplo, chegava a fornecer petróleo a preço baixo aos designados "amigos da Venezuela" do Sul da América (sendo este um marco da sua forma de fazer política), e estes, maioria das vezes, mesmo não conseguindo suportar esses preços baixos, pagavam em espécie. Não tenho a certeza qual era o país em concreto - penso talvez seria Argentina ou o Chile - que em troca de petróleo, fornecia à Venezuela tractores agrícolas com ar condicionado, e isto era uma prática assumida pelo país, que em Portugal, temos o exemplo dos computadores "Magalhães", em que, por Portugal ser um "amigo da Venezuela", havia luz verde para dar dinheiro a Portugal, e o "Magalhães" e os "Estaleiros de Viana" foram um bom exemplo da política de Chávez. Tudo isto, claramente, tinha sempre intenções e tensões políticas, e assumidas pelo regime, sendo os E.U.A. o principal inimigo e a aliança estratégica que pretendia construir entres países do sul da América Latina tinha em plano fortalecer o combate ao seu maior inimigo.
Na minha opinião, penso que esta forma de fazer política está condenada ao fracasso, porque é uma forma de fazer política momentânea, sem prevenção, porque quando, por exemplo, ajudamos um país com petróleo, e ele nos oferece tractores com ar condicionado, é preciso, primeiramente perceber se é disso que necessitamos, em segundo se temos condições como país para utilizar esses tractores com ar condicionado e se existe uma verdadeira política agrícola onde integrar essas novas máquinas.
Agora, custa-me elogiar um regime ditador, e ver pessoas aplaudir tal forma de fazer política.
Eu jamais aplaudo, mas respeito e acho que Portugal deve agradecer, porque na verdade, e, independentemente de discordar ou concordar-se com as políticas, ajudou o país.
domingo, 3 de março de 2013
Itália
Olhar para Itália, é perceber um dos problemas com que a Europa se debate nesta década, principalmente nos países do Sul, onde o descontentamento e desconfiança perante os políticos está aumentar a um ritmo que, até ao momento, parece incontrolável, mas civilizado. As divisões entre as pessoas, ao nível interno dos países é crescente e, a procura de soluções e o debate pode dar lugar ao populismo e à violência como forma de resolução dos problemas, o que deve ser evitado. Um exemplo do populismo é a recente vitória de Pepe Grillo, em Itália, com o movimento 5 estrelas, que, legitimamente teve uma votação expressa e significativa no seu país, que merece uma reflexão (25, 5% na Câmara dos Deputados e 23, 79% no Senado), mas interessante seria saber se as pessoas votaram nas ideias do candidato ou, pelo contrário, foi um voto de protesto contra a classe política e uma forma de "chamamento" e "presença" de quem sente que os políticos os esquecem ?
Por outro lado, não deixa de ser supreendente a votação em Berlusconi, o "mito Itálico", que, contrariando todas as sondagens, quase ganha o país, e, mesmo depois de ter apelado ao crescimento - o que parece pouco responsável de quem sabe que tais palavras serviram apenas para campanha eleitoral e sair de uma esfera que jamais lhe daria tal votação (seria justificar as medidas de austeridade e propor soluções para o país) - não abdicou de um poder que afinal estava ali tão perto e pode decidir o futuro de Itália, porque o Senado está nas suas mãos.
Aquele que, aparantemente ganhou as eleições, Pier Luigini Bersani, ficou com a Câmara de Deputados que, não lhe permite fazer nada se não conseguir coligar-se, uma vez que precisava de maioria no Senado para aprovação das principais medidas, que passam todas pelo Senado. A lógica coligação aqui parece com Pepe Grillo que, logicamente - com receio de perder o eleitorado - tenta evitar entrar no cenário político, porque a melhor solução para ele é manter-se e continuar alimentar o movimento, que vive da crítica aos políticos, e, se assim nasceu, no dia em que mudar, mudam também as pessoas.
A desilusão, principalmente para a União Europeia foi Mario Monti, o homem que criou o imposto extraordinário sobre propriedade e habitação (IMU) que Berlusconi prometera abolir se ganhasse e, mais uma vez, como antes referi relativamente a Pepe Grillo, aqui acho que as pessoas quiseram censurar a forma como elegeram Mario Monti sem haver uma consulta aos cidadaos, pela forma como foram tratados e humilhados pelos políticos, e o voto foi, mais uma vez, uma lição dos cidadãos, que reflecte a vontade de não haver outra pessoa que governe o país sem aprovação dos seus cidadãos, porque o resultado pode ser pior ainda do que este que resultou em 10,56% na Câmara dos Deputados e 9,13% no Senado.
Não é fácil olhar para este resultado, que ninguém diria antes das eleições. Estamos a falar de diferenças mínimas, e interessante, porque Berlusconi teve um discurso de esquerda para ganhar à direita, e resultou, porque na Câmara dos Deputados teve 29, 18% contra os 29,54% da esquerda Bersani, e no Senado 30,71% contra os 31,63% de Bersani.
Em suma, resta esperar por uma resolução eficaz de algo que parece incontornável, que é encontrar uma coligação, mas pouco estável de aguentar no tempo se não ouvirem aqueles que mostraram o cartão vermelho por não terem sido chamados e ouvidos na escolha - os cidadãos de Itália.
sábado, 2 de março de 2013
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